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Uma das minhas tristezas no futebol é constatar que craques do passado – jogadores que faziam mágica com a bola – vão caindo gradativamente no esquecimento e, um dia, vão desaparecer por completo, até da memória do futebol.

Como diz o cronista Ivan Les­­sa, brasileiro, de 15 em 15 anos, apaga tudo o que aconteceu e esquece o passado.

Para um futebol mal organizado e mal tratado como o paranaense, é constrangedor que os novos torcedores sequer saibam que tenham existido grandes jogadores em nossas equipes.

Precisa ser construído o museu do futebol paranaense, nem que seja para compor o conjunto de atrações de algum shooping center.

Esses templos de consumo atraem as multidões e o museu, com todos os recursos modernos, salvaria as lendas da bola que vão desaparecer da memória dos homens, até dos amantes do futebol.

Estou falando de gente que sabia jogar, que nós, cronistas, chamamos de inesquecíveis em um futebol carente de ídolos e craques como o paranaense. Eles se tornaram inesquecíveis para nós, ou seja, para quem viu. Quan­­do os cronistas e os torcedores daquela época forem embora, a memória desses jogadores começará a desaparecer também.

Gente como Caju, Pizzat­­tinho, Jackson, Neno, Fedato, Cireno, Altevir, Afinho, Lanzoninho, Miltinho, Taíco, Oscar, Duílio, Odair, Sicupira, Grilo, Mandrake, Paulo Vecchio, Zé Roberto, Krü­­ger, Madureira, Aladim, Nilson, Leocádio, Roberto Costa, Rafael, Washington, Assis, Lela, Dirceu, Ricardinho, Alex, Kléberson e tantos mais.

Até os craques atuais que surgiram em nosso estado e voltaram campeões mundiais pela seleção brasileira serão esquecidos com o passar do tempo. Sem memória, tudo acaba.

Com eles serão sepultados os maiores clássicos do passado, as grandes decisões, as finais históricas que enriqueceram o futebol paranaense e proporcionaram tantas alegrias e assunto para o povo.

Sem memória, os fatos, os feitos e os personagens vão se evaporar da lembrança dos torcedores, embora os torcedores de hoje ainda não saibam.

Se nada for feito, pela iniciativa privada ou pelo poder público, os jogadores que de­­fendiam com ardor os seus times e vestiam a camisa verdadeiramente por amor serão sepultados e condenados ao esquecimento, junto com uma época luminosa do futebol, que não se repetirá.

Atletiba

Como não teremos Atletiba pelo Campeonato Brasileiro, devemos aproveitá-lo nas duas únicas edições da temporada: hoje e no octogonal decisivo do Campeo­­nato Paranaense.

As equipes continuam em fase de arrumação, só que o clássico na Arena da Baixada será o melhor teste, tanto para Ney Franco quanto para Antônio Lopes.

Dependendo das circunstâncias do jogo e das suas consequências, será traçado o futuro de Atlético e Coritiba.

Sempre foi assim: o Atletiba é o divisor de águas do futebol paranaense.

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