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Antigamente, quando começava um novo go­­verno, era grande a curiosidade para co­­nhecer os ministros escolhidos. Nos estados, igualmente, todos queriam saber os nomes dos novos secretários. E da mesma forma nos municípios.

Não existiam tantas pastas e, com raras exceções, as personalidades nomeadas representavam a chamada nata da sociedade. Nem sempre eram políticos, até porque ainda não estava institucionalizada a marota profissionalização que assistimos hoje em dia.

Na realidade, a prática política deveria ser uma contribuição temporária do cidadão com o país e não uma profissão sem prazo para terminar.

Pela ausência de civilidade, de ética ou de entendimento do que significa a palavra nação, a maioria da classe política brasileira choca a opinião pública pelo despreparo, pelo desrespeito e, sobretudo, pela falta de vergonha na cara.

A população acompanha, perplexa, o noticiário político com acentuada e permanente característica policial.

Acabou-se a meritocracia para a ocupação de cargos relevantes na República, pois o que vale é a condição partidária, a esperteza e as boas relações com as bases. Em nome da governabilidade foi decretado o fim do mé­­rito.

Aldo Rebelo, político que cultua santos católicos misturados com imagens de líderes comunistas, assumiu o Ministério do Esporte com a missão de fazer uma limpeza na estrutura da pasta corroída pelos interesses do PCdoB.

O novo ministro terá de desmontar o esquema armado com suspeita de diversas irregularidades – sob a batuta do antecessor Orlando Silva – e criar uma equipe técnica habilitada para comandar os principais programas da pasta.

Em relação à Copa, o novo mi­­nis­­tro terá de restabelecer as boas relações entre o governo federal e a tinhosa Fifa, desgastadas após a mudança no texto de artigos da Lei Geral da Copa, en­­via­­do pela Casa Civil ao Con­­gresso sem o conhecimento da entidade mundial. Isso sem contar o conflito de interesses sobre as garantias assinadas pelo ex-presidente Lula, mas reavaliadas na atual gestão.

Porém existem muitas outras questões que devem merecer atenção e responsabilidade, tais como a reforma de diversos aeroportos e a privatização de alguns, o cumprimento dos cronogramas de entrega de estádios, garantias do Host Agreement – leia-se acordo de intenções para abrigar o evento –, licitações para obras da Copa e da Olim­­píada, mobilidade urbana, portos, segurança para turistas e muito mais.

A missão, como já trouxe em outras ocasiões, não será bolinho. Vamos aguardar o próximo capítulo dessa tortuosa novela 2014 – talvez com um pouco mais de méritos.

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