Não deixou de surpreender o desapontamento do presidente do Atlético pela má campanha da equipe, realçando a possibilidade de não conseguir voltar à Série A nesta temporada.
Surpreendeu porque ele mudou o discurso ao baixar o tom e admitir o planejamento equivocado no futebol, mesmo transferindo a responsabilidade para a tentativa de renovação e não ao conjunto da obra. De qualquer forma, para o torcedor atleticano a dor continua, pois, há anos, a política futebolística do clube não atende aos seus anseios.
Se traçarmos um comparativo entre a forma como os dirigentes do Coritiba pensam o seu futebol, concluiremos que eles estão na frente do Atlético. Em vez de desprezar o Estadual e tentar transferir para a arbitragem o acúmulo de fracassos nos últimos anos, o pessoal do Coritiba encara, com racionalidade e pragmatismo, o título paranaense como aquele que efetivamente está ao seu alcance.
Para conquistá-lo, o clube não mede esforços, seja na manutenção dos principais atletas que formam a base da equipe, mesmo depois de um rebaixamento nacional, ou no prestígio aos técnicos contratados procurando evitar a destrutiva rotatividade de profissionais dentro e fora do campo de jogo. Desta forma, o Coritiba ganhou quatro títulos estaduais nos últimos cinco anos, todos em cima do Atlético, transformando duas vezes a Arena no seu salão de festas, enchendo a torcida de alegria pelo fato de comemorar os triunfos sobre o rival.
O que vem depois é lucro, tanto que o título da Série B em 2010 fluiu naturalmente tanto quanto as duas finais consecutivas na Copa do Brasil. E nem as derrotas para Vasco e Palmeiras conseguiram diminuir a paixão coxa-branca ou abalar o prestígio da diretoria. Antes, pelo contrário, de forma adulta e amadurecida, a torcida contabilizou as perdas na folha das incidências do jogo e tratou de apostar na reabilitação no Brasileiro.
O torcedor rubro-negro, ao contrário, anda cansado de tantas promessas, desentendimentos internos entre os cartolas e, sobretudo, desse rosário de decepções e maus resultados por conta de uma enlouquecida política de mudança de treinador a cada dois meses na média dos últimos tempos, e inúmeras contratações equivocadas de jogadores que não oferecem a resposta técnica esperada.
A admissão da possibilidade de uma nova frustração não deixa de ser um alento, pois, talvez, a ficha tenha caído para o alto comando atleticano de que, primeiro, é fundamental conquistar o estadual para satisfazer ao torcedor; segundo, é fundamental estruturar bem a comissão técnica e o elenco na pré-temporada; e, terceiro, é fundamental pensar o time com seriedade, pois o amor do torcedor é alimentado por vitórias e não por obras.
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