Assistimos a uma saudável renovação de técnicos no futebol mundial.
E os novos ventos alcançaram o quase sempre conservador futebol brasileiro. Nos últimos anos, o país regrediu no plano técnico e definhou na parte tática.
O recente fracasso dos times brasileiros na Copa Sul-Americana, as decepcionantes atuações da seleção dirigida por Mano Menezes e o fiasco da seleção de Ney Franco no Pan-Americano de Guadalajara preocupam observadores e analistas.
Se o experiente Vicente Del Bosque bebe no cálice da vitória graças à base formada pelo Barcelona que levou a seleção espanhola à conquista dos títulos europeu e mundial, os veteranos Alex Fergunson, no Manchester United, e Arsène Wenger, no Arsenal, não estão com vida fácil na temporada inglesa. Os europeus só têm olhos para as novidades representadas por José Mourinho, Josep Guardiola, Joachim Löw e outros.
Por aqui não tem sido diferente, com críticas constantes ao trabalho de Luxemburgo e Abel, contrastando com elogios aos jovens Caio Júnior, Dorival Júnior, Cristóvão Borges, que substitui o adoentado Ricardo Gomes, Jorginho "Cantinflas", que subiu com a Lusa, e Jorginho, ex-auxiliar de Dunga na seleção, que realiza ótima campanha no Figueirense.
Da velha guarda e entre os candidatos ao título, somente Tite está sendo preservado. Primeiro, porque é trabalhador, tem comando e sabe se expressar nas entrevistas; segundo, pela liderança mantida com a generosa ajuda do apito amigo para o Corinthians.
O reaparecimento do velho Leão foi mais um passo no pantanoso terreno em que pisa a diretoria do São Paulo depois da desconcertante experiência com Adilson Batista. O mesmo Adilson Batista que colocou o Atlético na lamentável posição em que se encontra.
Se tivesse obtido pelo menos 30 % de aproveitamento em sua curta e desastrosa passagem pelo Furacão, que já representaria um índice baixo, pelo menos contribuiria para que a equipe ficasse fora da zona de rebaixamento.
Mesmo com a sua reconhecida experiência e larga folha de serviços prestados ao futebol, Antônio Lopes tem se mostrado indeciso nas últimas partidas, diante da irregularidade e fragilidade técnica da equipe atleticana.
Com um supervisor eficiente Felipe Ximenes e um técnico que se apresenta jovem, porém com ideias conservadoras Marcelo Oliveira , faltou pouco para o Coritiba fechar o ano perfeito.
Na verdade, faltou aquele toque de classe no elenco equilibrado em quase todos os setores, menos no ataque que se encolheu nos momentos decisivos, especialmente nas partidas fora de casa.