Overdose tornou-se uma palavra pesada demais diante dos exageros cometidos por jovens desorientados, daí ter preferido usar a portuguesa superdose para indicar a dimensão das tensões e emoções reservadas, nesta semana, à plateia da Arena da Baixada.
Tudo começa hoje com a partida do Atlético frente ao Bahia, e se encerra no Atletiba decisivo de domingo.
Deixando a tradição, a paixão e a rivalidade do clássico de lado, objetivamente o jogo mais importante para os atleticanos será o desta noite, pois decide a continuidade da equipe na Copa do Brasil.
Quando conseguiu formar times fortes, equilibrados e com alguns jogadores que decidiam a parada na hora certa, o Furacão construiu o mito do Caldeirão. Até hoje existem adversários que sentem a pressão da torcida na Arena da Baixada, porém diminuiu bastante a mística diante das fracas formações dos últimos anos.
Nesta temporada, com a exótica troca de técnicos e os poucos acertos nas contratações de reforços, reduziu-se a capacidade técnica da equipe, que praticamente perdeu o título estadual e aposta as fichas no torneio nacional. Poderia estar em melhor situação, entretanto cedeu o empate ao frágil time do Bahia e terá de fazer o placar jogando em casa.
Mas se o ataque consegue marcar os seus golzinhos, destacando-se o belíssimo lance individual de Adaílton contra o Paranavaí, o alvo principal das atenções, como tem acontecido nos últimos meses, é a defesa, que produz erros em série como se fosse uma fábrica. O gol contra de Bruno Costa está arquivado no memorial de curiosidades da longa história do clube.
O que intriga o torcedor atleticano, e a crônica esportiva de uma forma geral, é a dificuldade que a diretoria demonstra na busca de soluções para a equipe. Se a formação que encerrou o Campeonato Brasileiro em quinto lugar só necessitava de melhores atacantes, já que a defesa esteve em alto nível, surgia risonho o novo ano.
Nem bem começou o Campeonato Paranaense e o que se viu foi a ruína do sistema defensivo, tendo em vista a limitação dos substitutos de Neto, Rhodolfo e Chico. E o drama do ataque não foi resolvido diante do baixo rendimento de Lucas e a notória irregularidade de Guerrón, Marcelo, Wescley, Henan, Nieto e outros.
A expectativa é de que o técnico Adilson Batista consiga definir a escalação, os mais recentes reforços correspondam e que o time deixe de ser dependente de Paulo Baier.
A Arena da Baixada, com a presença da incandescente torcida rubro-negra poderá, novamente, fazer a diferença. Porém os jogadores precisam contribuir com maior espírito de luta e, sobretudo, melhor índice de aproveitamento técnico.