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Para um time que passou os últimos três campeonatos estaduais sem vencer o maior rival e ainda por cima rebaixado no Brasileiro, o título sofrido de ontem não deve passar despercebido.

Primeiro porque ele surgiu por vias transversas, já que, além de ter vencido o Paranavaí, o Atlético teve de contar com o esforço do Arapongas ao tirar dois preciosos pontinhos do Cianorte; segundo porque mesmo com o Coritiba e o Cianorte encerrando o turno invictos, foi o Atlético quem garantiu a presença nas finais e, terceiro, ele pode vencer o returno e repetir a façanha do Coxa.

Entendo a satisfação um tanto contida dos atleticanos, porque a perda da invencibilidade machucou e o clássico sem gols em partida na qual o Furacão jogou melhor, deixaram o torcedor ressabiado.

A má apresentação na derrota para o Arapongas doeu no coração rubro-negro, tanto que a presença foi abaixo da lotação na Vila Capanema no clássico de torcida única. O torcedor é movido pela paixão, mas a maioria conhece futebol e sabe quando as coisas estão à feição para uma conquista. Afirmo isso em cima do sucesso no turno exatamente para realçar as necessidades técnicas da equipe se quiser, verdadeiramente, conquistar o título e fazer boa figura nas competições nacionais que se aproximam.

Uma coisa é começar a reformular o time de forma gradativa, fazendo ascender dois ou três novatos de cada vez para atuar no meio de jogadores mais experimentados. Outra coisa, muito diferente, é promover seis ou sete juniores ou jovens que foram emprestados e voltaram na busca de um lugar ao sol, atirando sobre eles a responsabilidade de dar forma definitiva a um time combalido, enfraquecido e que vinha se arrastando em todos os campeonatos.

A observação necessária está feita, e parabéns ao técnico Juan Carrasco e seus comandados.

O Cianorte, que teve tudo a seu favor para ganhar o turno, não mostrou confiança e muito menos potencial técnico para impor-se ao Arapongas, mas a sua invencibilidade indica que o trabalho foi bem feito dentro das possibilidades do clube, que nem de longe conta com os benefícios contidos no planejamento da dupla Atletiba.

Só que, no returno, a conversa será diferente, porque o Coritiba possui um time melhor estruturado, experiente e ficou mordido com a perda de sua longa supremacia no futebol paranaense.

Claro que todos ganharemos com isso, já que a segunda parte do campeonato promete ser bem melhor e mais disputada do que vimos até agora.

O Furacão sabe que o seu cobertor é curto e não pode iludir-se com o êxito alcançado, enquanto o Coxa vai com tudo para cima dos adversários – Rafinha realizou uma de suas mais primorosas atuações na goleada sobre o Apucarana, ontem – e terá a vantagem de jogar o clássico no Alto da Glória, certamente com torcida única.

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