Nem bem o mundo esportivo conseguiu metabolizar o escândalo do corredor Lance Armstrong e a Europol polícia europeia descobriu uma rede internacional que manipulou cerca de 700 partidas por diversos países e cujos tentáculos teriam se expandido ao Brasil.
Considerado "super-homem" por ter sobrevivido a um câncer nos testículos aos 25 anos, Lance tornou-se símbolo de superação e capacidade de vencer. Sete vezes campeão da Volta da França, a mais importante corrida de bicicletas do mundo, o americano decepcionou a todos quando foi descoberto o uso extensivo e sistemático de doping, no que foi considerado pela Agência Americana Antidoping de "o mais sofisticado, profissionalizado e bem-sucedido esquema de dopagem da história do esporte". Mas Lance não era o único. O esquema envolvia outros atletas de sua equipe e foi desenhado para fazê-los usar substâncias que não eram detectáveis.
Agora vem a notícia de que o futebol mundial foi contaminado por uma rede de corrupção internacional montada pelo crime organizado e que manipulou resultados de jogos em campeonatos nacionais, regionais, na Copa dos Campeões e nas Eliminatórias da Copa do Mundo. O futebol brasileiro também apresenta, segundo o relatório dos investigadores, suspeitas de suborno a árbitros e jogadores para facilitar resultados de jogos, conforme os interesses dos apostadores controlados pelos criminosos, cujas identidades continuam mantidas em segredo. A base da rede identificada em alguns países europeus vem operando há alguns anos.
A Fifa contestou a investigação, alegando que é impossível manipular jogos das Eliminatórias. Ora, ora, basta refrescar a memória recordando da célebre goleada da Argentina sobre o Peru, que abriu as portas da classificação dos donos da casa para as fases decisivas da Copa de 1978.
Para quem vive em um país com elevados teores de corrupção e acintosa arrogância praticada por políticos que passam por cima da ética, da moral e dos bons costumes para atingir os seus objetivos, devemos acreditar em tudo. O mau caratismo é antigo, lembrando da frase de Benjamin Disraeli, primeiro-ministro da rainha Victória, no século 19: "A Inglaterra só será próspera e feliz quando os homens de bem tiverem a mesma coragem dos canalhas". O tempo passa, o tempo voa e os donos do poder continuam numa boa.
Faz bem o deputado federal Tiririca (PR-SP), o mais votado no país em 2010, que pretende renunciar ao mandato para voltar a trabalhar como palhaço. Teríamos um ator a menos no parlamento.
No futebol não é diferente, afinal temos uma coleção de maus exemplos exibida diariamente nas páginas dos jornais e é bom investigar essa denúncia de corrupção na manipulação de resultados, pois algumas arbitragens conseguem fazer até elefante voar.
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