Saindo das cinzas, após o desastre no ano do centenário, com a perda do título estadual e a queda à Segun­­da Divisão, o Coritiba era o clube que mais necessitava tornar-se campeão.

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E a sua trajetória caracterizou-se por elevado grau de dificuldade diante da impossibilidade de realizar as primeiras partidas em seu reduto. Enfrentou as precárias condições do gramado da Vila Capanema e não reclamou, afinal o Paraná havia feito a gentileza de ceder as suas dependências para que o Coritiba pudesse jogar.

Submeteu-se ao primeiro clássico em Paranaguá, onde sofreu a única derrota no campeonato, e conseguiu tirar lições positivas no tropeço com o Paraná.

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Seguiu em frente – de cabeça erguida –, matando um leão por dia, ora pela insistência dos cobradores de contas antigas; ora pela dureza do primeiro julgamento no STJD que requereu portentoso trabalho de defesa no recurso que acabou reduzindo a pena pela metade; ora nos desafios dos jogos diante de adversários que esperavam tirar proveito da delicada situação vivida pelo clube.

Tudo foi superado graças ao trabalho desenvolvido pelos novos dirigentes e pela serenidade do técnico Ney Franco que, machucado duplamente, transformou a busca do título em obstinação pessoal.

Duplamente machucado porque havia perdido o título de 2008, quando dirigia o Atlético, porque a diretoria negociou os dois principais jogadores da meia-cancha – Clayton e Fer­­reira – no momento decisivo e porque havia sido rebaixado com o Coxa.

A conquista do título foi uma vitória de todos os coritibanos, mas teve especial significado para o dedicado Ney Franco.

Com essas experiências, algumas dolorosas, outras ricas no aprendizado das coisas do futebol, surge um novo Coritiba.

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Um Coritiba fortalecido interiormente e em condições de cumprir com vigor a pena recebida pelos graves incidentes ocorridos naquela fatídica tarde do jogo com o Fluminense.

Um Coritiba disposto a tudo para retornar à Primeira Divisão neste ano, impreterivelmente.

Rescaldo

Na saída do estádio, sob os efeitos do jogo tenso que marcou a despedida do Atlético na Copa do Brasil, os torcedores se perguntavam sobre o futuro.

Com o primeiro semestre perdido e o técnico ainda em busca da formação ideal, a diretoria terá de investir na contratação de melhores jogadores se não quiser repetir as últimas bisonhas campanhas no Campeonato Brasileiro.

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Todos identificam com facilidade as principais carências técnicas da equipe e todos também reconhecem que apenas a fervorosa torcida e o fator Arena são insuficientes para continuar carregando o time nas costas.

Como o diagnóstico foi feito no curso do estadual e na breve experiência no torneio nacional que abre a temporada, a receita esta aviada e só falta comprar o remédio.

O Atlético precisa e pode mais.