Nunca antes na história deste país a seleção sofreu uma goleada tão humilhante como a de ontem. Como explicar um vexame de 7 gols sofridos em uma semifinal em casa, sendo três deles no intervalo de apenas seis minutos, revelando o completo equívoco do sistema tático adotado por Felipão.
Quando sugeri a escalação de apenas um atacante depois da lesão de Neymar, para compactar o meio de campo com jogadores que tentassem ocupar os espaços, para evitar as manobras da bem azeitada máquina alemã, foi com convicção, mas, lamentavelmente, o que se viu foi a obtusidade criativa do selecionador nacional que simplesmente promoveu a entrada de Bernard em substituição ao craque lesionado.
Era tudo o que a Alemanha queria: espaço para tocar a bola e pressionar o desarrumado setor defensivo brasileiro com algumas atuações individuais patéticas. Quando o placar chegou a 2 a 0, um treinador menos prepotente e mais moderno teria tentado corrigir o posicionamento do meio de campo. Dolorosamente, o que se observou foi a permanência de jogadores praticamente inúteis como Hulk, Fred e Bernard com Oscar duelando sozinho até o fim do primeiro tempo com os melhores armadores do torneio.
Foi inaceitável a pretensão de Felipão ao escalar apenas um meia de ligação e três atacantes, como se a seleção estivesse voando, encantado a todos e tivesse vencido com folga as partidas anteriores. Foi constrangedora a sua apatia durante o primeiro tempo e a insistência em manter Fred, que jogou praticamente debaixo de vaias.
Os 7 a 1 no placar espelharam fielmente a enorme superioridade tática e técnica do time de Joachim Löw, que só deixará de se tornar tetracampeão mundial no domingo por um acidente tão ou mais chocante do que o proporcionado pela nossa seleção na tarde de ontem no Mineirão. E, para assegurar pelo menos a terceira colocação, a seleção terá de melhorar muito.
Hoje, Holanda e Argentina decidem a outra vaga e os argentinos que tratem de colocar as barbas de molho e tomar as devidas providências para que não tenhamos uma final europeia na maior Copa realizada na América do Sul.
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