A emoção estava no ar com o Alto da Glória cheio na despedida do craque Alex. No campo, as coisas não caminharam conforme o script da tarde, pois o Bahia, tentando desesperadamente fugir do rebaixamento, abriu dois gols no placar, não conseguiu sustentar a vantagem e acabou derrotado de virada.
Foi uma virada para Alex que não merecia perder em sua última partida como atleta profissional, depois de uma carreira exemplar permeada por momentos mágicos e grandes conquistas pelos clubes que passou. Ironia da história que, exatamente no seu time de coração, o Coxa, ele conquistou apenas um estadual, mas foi consagrado pela dedicação e, sobretudo, pelo carisma que mexeu com o orgulho da torcida. Foi a demonstração definitiva de que tão importante como os títulos, a presença do ídolo funciona para mexer com o inconsciente do público. A idolatria faz parte da fantasia do futebol.
Agora o clube terá de encontrar um substituto no meio de campo para a organização das jogadas ofensivas, ao mesmo tempo em que iniciará nova vida sem poder contar com a liderança de Alex, as assistências e os gols salvadores.
Missão cumprida
Sem interesse na última rodada, a não ser o de terminar sua campanha com dignidade, o Atlético encarou a nova arena do Palmeiras lotada e realizou boa apresentação.
Mesmo desfalcado de alguns titulares importantes, Claudinei Oliveira mesclou bem a equipe que conseguiu manter a postura e só não ganhou o jogo graças a excelente atuação do goleiro Fernando Pras, especialmente na etapa inicial quando o Furacão foi superior criando boas oportunidades para marcar. Nervoso e com um time desarticulado, o Palmeiras esbarrou na segura defesa rubro-negra com destaque ao jovem Ricardo Silva que, além do gol, realizou exibição de gala confirmando a qualidade do trabalho que se realiza nas divisões de base no CT do Caju. O empate salvou o Palmeiras, graças as derrotas da dupla baiana.
Encerrada a temporada, a torcida atleticana comemora o sucesso patrimonial e lamenta a irregularidade futebolística. Apontado pela revista econômica internacional Forbes como o 6.º clube mais valioso do país e o 11.º da América, na frente de gigantes como Boca Juniors e River Plate, e os brasileiros Santos, Flamengo, Cruzeiro e Atlético-MG, o patrimônio atleticano foi avaliado em US$ 181,2 milhões.
Espera-se que o impressionante crescimento registrado com a marca e as obras construídas se traduzam em melhor rendimento técnico. A diretoria terá de promover planejamento profissional no futebol, a formação de um elenco efetivamente competitivo para voltar a disputar títulos e ampliar o quadro social, o que só ocorrerá com um bom time em campo.
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