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Colocando a ansiedade como o fator mais relevante pela baixa produção técnica do time, o Coritiba contratou esses dias um psicólogo para se livrar do rebaixamento. Muito bem. No momento em que os chorões do Scolari ameaçavam desabar na Copa do Mundo, o recurso usado pelo "professor" foi semelhante: psicólogo, urgente! Regina Brandão, amiga do treinador, foi escalada dias antes do jogo contra a Alemanha, e deu no que deu.

Claro que não está se duvidando da capacidade profissional da moça, nem culpando o divã padrão Fifa, pelo retumbante fiasco da seleção. O que ficou bem claro – eu assisti a entrevista da psicóloga no programa Roda Viva, dias depois do vexame –, é que o trabalho de um profissional dessa área é muito mais de avaliação do que de motivação. E a avaliação se faz com muita antecedência, ainda no período de pré-temporada. Nunca durante.

O Coritiba pode até, por outras razões, ganhar hoje do Corinthians, ou, mesmo não ganhando, permanecer na divisão de elite. É possível. A ansiedade, porém, é apenas o efeito de resultados negativos, provocados pelo rompimento sutil do elo Vilson-Alex. Uma espécie de quebra de braço entre o capitão e o presidente. E que começou com a venda de Rafinha – para Alex, a saída do jogador quebraria o esquema; para Vilson, era a chance de ele ganhar um bom dinheiro.

Depois disso, os dois sentaram-se em lados opostos para discutir a reforma do futebol brasileiro: Vilson representando os clubes; Alex, coliderando o grupo Bom Senso. Por fim, a polêmica faixa que Alex (e demais jogadores) expôs antes de um jogo, denunciando publicamente o atraso dos salários.

Não é segredo para ninguém, que Vilson e Alex não falam a mesma língua. Isso é inquestionável. Não sei se o presidente permitiu a entrada daquela faixa por nobreza democrática – afinal, nem ao menos cobrou do atleta por uma suposta quebra hierárquica –, ou se há entre eles algum segredo embrulhado em um mistério dentro de um enigma. Não sei, mas é estranho. Sei apenas que Alex desfruta hoje de um poder, que posso chamar de político/administrativo quase tão intenso, quanto seu talento em campo.

No momento, mais importante do que conversar com os jogadores, o psicólogo Maurício Marques deve mesmo é ouvir no seu consultório terapêutico, ao som de uma melodia suave e relaxante, os dois protagonistas: Alex e Vilson.

Bom fim de semana!

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