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Hoje termina a Copa da África do Sul. Não fico em cima do muro e, embora a decisão seja equilibrada e sem favoritos, jogo minhas fichas na Espanha. É quem tem uma obsessão maior pelo título, mesmo sendo a Holanda a bola da vez. Penso que holandeses e alemães chegaram ao clímax antes da hora, quando venceram Argentina e Brasil respectivamente. Ao contrário, o sandero luminoso espanhol começou a clarear no momento certo. Posso errar, mas prefiro não jogar na retranca.

Num balanço brasileiro de tudo que vi, ao vivo e pela televisão, o melhor da Copa foi o primeiro tempo contra a Holanda; e o pior momento foi a etapa final do mesmo jogo. Para o público sul-africano que esperava o time de Dunga na final, o consolo será ver nos telões do estádio, o belíssimo filme de Fernando Meirelles que assisti na sexta-feira, sobre a sede do próximo mundial, exibido na "Casa do Brasil", com a presença do presidente Lula e do governador Orlando Pessutti.

Agora o Brasil pega o bastão da Copa sendo uma espécie do último e melhor velocista em um revezamento 4x100, precedido que foi por africanos, asiáticos e franceses, que já fizeram sua parte. Será, é e foram os Mundiais do maior avanço tecnológico, ainda sem detrimento à essência do futebol. Futebol de Copa aliás, que cada dia tem mais a ver com os desfiles da Sapucaí, pela produção, cenário, câmeras, efeitos, e por aí vai.

Os quesitos evolução, harmonia e conjunto são importantes, mas sem o brilho de mestre-sala e porta-bandeira, craques ausentes neste Mundial, a conquista nunca será apoteótica. E como ficaria uma grande seleção sem a bateria – espécie de orquestra somente de percussão sem o sopro chatíssimo das vuvuzelas – que é a vibração que encanta no campo e levanta as arquibancadas?

Em síntese, a Copa da África não foi a melhor nem a pior entre as dez em que estive presente. Pontos positivos foram os estádios, estradas e um povo maravilhoso. Tenho dúvidas porém sobre a transparência contábil nas obras construídas. O circo foi muito caro e o pão escasso. Espero que amanhã o leite não azede, e que as crianças do Soweto continuem a sorrir. Poderá ser uma boa reflexão para os gestores da Copa de 2014.

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