A Copa do Brasil e a Libertadores dispararam no Ibope esportivo da semana. Não consultei os índices, mas acho que o resultado foi ali, cabeça com cabeça. Empate técnico, talvez. Não foram partidas boas, mas sim emocionantes. Os jogos de Atlético e Coritiba, nem tanto. A vitória coxa era previsível, mas a eliminação do Atlético não me parecia tão clara. Carrasco, que gosta e se nutre de desafios, desta vez pifou. Poderia surpreender amontoando seu time num ferrolho defensivo com a aposta no gol de bola parada. Ou então deveria manter a doce loucura tática com três atacantes, dois meias e um protetor de zaga. Não há surpresa maior do que ver um Carrasco, digamos, feijãozinho com arroz.
Dos jogos que acompanhei pela Libertadores, o mais empolgante foi Corinthians e Vasco. Mas a classificação do Santos teve um brilho diferente. Literal. Muricy não tinha nenhuma opção para chegar ao gol que precisava e que não saía. A expressão dos jogadores no banco de reservas era passiva, anêmica. Exceto o olhar de Léo, um jogador de defesa. Era o único aceso, ligado, pulsando. Com brilho nos olhos. Quando chamado, entrou no palco do jogo e contagiou a banda toda. Transformou a energia. Assim como Ivete Sangalo quando entra em cena. Incendiou a torcida. Não foi apenas o passe para o gol e o último pênalti conferido. Foi com a atitude de Léo, com a pólvora do veterano jogador, que o Santos explodiu no final e ganhou do Vélez.
Percebi na entrevista coletiva de Muricy e de Léo que, quando há equilíbrio de forças, o ganhador é aquele que busca alguma coisa que vai além do racional e do aqui e agora. Às vezes, uma percepção que apenas alguns privilegiados podem captar. Como os craques que anteveem as jogadas.
Lembro-me de Didi buscando a bola depois do gol da Suécia no final da Copa de 58, profetizando a reação do Brasil. Lembro-me de Zagallo, quase em transe, passando a certeza de que o time ganharia da Holanda nos pênaltis, na Copa da França. Lembro-me de Ênio Andrade encapsulando os guerreiros do Coritiba antes do título de 85 no Maracanã. Foram tantos momentos incríveis, onde se vence, se muda a história, buscando forças sabe-se lá de onde.
O esporte nos dá muitos exemplos para a vida. Que vão além do mero processo de conhecimento técnico. É isso que faz a diferença quando há pelo menos um determinado equilíbrio. O brilho nos olhos é importante. O brilho espontâneo. Natural. Sem colírio.
Xeque-mate
Fazia tempo que não conversava com Jaime Sunye Neto, nosso maior enxadrista. Foi um papo rápido e objetivo como suas geniais tiradas nos tabuleiros.
Sunye viveu na Europa e enfrentou os grandes mestres, inclusive o maior de todos, Garry Kasparov. Na Rússia, disse-me o curitibano, este jogo é praticado por atletas e treinadores de várias modalidades. O xadrez melhora a concentração, ajuda o atleta a ser mais flexível e aumenta o senso de responsabilidade.
Bom exemplo para nossos professores e "professores".
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