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É romântico jogar uma das finais do campeonato na Vila Capanema, ainda mais por envolver Coritiba e Atlético. As circunstâncias assim quiseram e o "palco boca-negra" – símbolo carinhoso do C.A. Ferroviário – revive grandes momentos. Na verdade é um estádio sessentão com pouca maquiagem e que transmite segurança. O fato de conservar a mesma cara é um presente cultural para a cidade. Barcelona, por exemplo, deu vida nova ao lendário Montjuic. Aumentou sua capacidade com conforto e preservou a fachada externa. É ponto turístico na terra de Gaudí.

Tão logo o imbróglio judicial seja concluído – e um sopro político para este fim basta – o Paraná Clube deve aconchegar um pouco mais a relação público/jogador. Assim como fizeram com o estádio Independência de Belo Horizonte. Claro, sem o tropeço arquitetônico cometido pelos mineiros, que prejudicaram o visual de alguns torcedores.

Para melhorar um pouco o panorama da Vila basta remover pista e alambrados e promover uma mexida no campo. O palco boca-negra se torna mais acolhedor do que já é. Penso que amanhã os rubro-negros tomam todas as melhores localizações do estádio. A torcida do Coritiba vai se espremer no puxadinho da Rebouças. Faz parte.

Até mesmo o poderoso Real Madri reserva para o visitante um acanhado espaço no último anel do Santiago Bernabéu. Pelo menos é democrático e atende ao estatuto do torcedor.

Creio numa partida previsível, sem nenhum jogador fora de série para desequilibrar. Há bons jogadores, caso de Rafinha e Harrison que, inspirados (e se jogarem), criam mais espaços. Espero por outro lado que o corpo docente comandado por Paulo Baier e Tcheco acompanhe o ritmo da turma, e que sejam eles os protagonistas. Na falta de craques acima da média, os dois encantam o torcedor e dentro do campo transmitem serenidade. O palco boca negra assim espera.

O futuro do Barcelona

Jogando futebol, Guardiola mapeava o jogo e conhecia como poucos o setor de inteligência onde marcava território. Seu estilo de jogo lembrava um pouco Falcão. Acompanhei ao vivo apenas um jogo dele. Foi na final olímpica com 95 mil pessoas no Camp Nou. A Espanha perdia para a Polônia. O capitão Guardiola conduziu e virou o jogo no último minuto. Como técnico fez história com este Barcelona. Ganhou simplesmente tudo. Com criatividade e futebol arte. Ao sair pergunta-se: como será o Barcelona daqui pra frente?

Recebi ontem do amigo Pablo San-Roman, da France-Presse, especializado em assuntos do Barça, a seguinte opinião: "Penso que Tito Vilanova [o novo técnico] era o verdadeiro tático. Guardiola é mais psicológico, sabe entender os jogadores. Ele foi uma instituição dentro do clube. Há que se ver se resistirá à pressão, já que nunca foi um jogador ou técnico importante. Até agora o escudo era o Guardiola. Se controlar a pressão, o jogo do Barcelona será o mesmo."

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