Falou-se tanto em Alex desde o seu retorno para o Coritiba que cada vez que seu nome reascende, parece que vamos bater na mesma tecla. Parece, mas não é bem assim, pois em volta do craque gira uma vida multifacetada de valores especiais. O que aconteceu quinta-feira não foi somente o passe cirúrgico para Robinho fazer o primeiro, nem o fulminante petardo do segundo – gol este que marcou 400 sorrisos e vibrações na vida futebolística do jogador.

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A liderança alçada e a vitória sobre o campeão brasileiro teve apelos significativos na audiência televisiva, principalmente por ser jogo único. A reflexão que faço nesse processo todo é que Alex e o Coritiba fizeram aquilo que o Grêmio não conseguiu com Ronaldinho, o Flamengo com Ronaldo, ou o Inter com Pato. Em termos regionais, seria como que Paulo Rink voltasse (como atleta) ao Atlético depois de jogar pela seleção da Alemanha, ou Ricardinho, depois do título mundial, encerrasse a carreira no Paraná Clube.

A volta de um craque ao ninho nem sempre é possível, mesmo explicitando seu amor pelo clube e sendo aclamado pela torcida. Se não houver a mesma sintonia com certos dirigentes, a coisa não acontece. (Por ciúmes, insegurança ou perda do foco midiático, cartolas do Flamengo rejeitaram um espaço que de direito seria de Zico).

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Embora de formas diferentes, as tentativas tendem a fracassar se não houver reciprocidade madura, sem vaidades e com muita paixão. O que me parece, Alex e a diretoria do Coritiba tiveram. Não sei se o casamento é indissolúvel, mas a parceria é exemplar.

Alex e o Coritiba estão recriando um vínculo como se fosse uma obra musical clássica. Com um crescente progressivo cada vez mais relevante e dinâmico, Alex é um maestro que buscou o sucesso e conseguiu. O sucesso se busca. O bem-estar é o aceite do sucesso. Alex procurou, mais do que a voracidade financeira, a qualidade de vida familiar. A reciprocidade do Coritiba e da cidade de Curitiba foram e estão sendo fundamentais.

Asa negra

A França tem sido a maior asa negra do nosso futebol em jogo pra valer. Eliminou o Brasil em duas Copas e ganhou um título Olímpico e outro Mundial em duas decisões. Interessante é que eles sempre idolatraram o futebol brasileiro. Batizaram Pelé de "Rei do Futebol" e cultuam as seleções de 58 e 70 como coisas de outras galáxias. Seria talvez uma espécie de amor patológico?

Brincadeira à parte – o Brasil não é John Lennon e muito menos a França o assassino do ex-Beatles –, ninguém vai tirar aquele sorriso forçado de José Marín.

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Minutos finais

Marcão salvou o Atlético aos 48. Alex fez o gol da vitória coxa aos 42. Seria hoje o dia de Lúcio Flávio mandar a zica tricolor para a tonga-da-mironga-do-cabuletê, aos 45 minutos do segundo tempo?

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