| Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo

A primeira sessão do STJD no ano, quarta-feira, marcou o retorno ao tribunal de um dos principais personagens do conturbado final de 2013. Osvaldo Sestário Filho era o advogado da Portuguesa no julgamento do atacante Héverton, que acabou escalado irregularmente contra o Grêmio – motivo para a Lusa perder quatro pontos, salvando no tapetão o Fluminense, rebaixado no campo. Chegou a ser acusado de não passar corretamente o resultado do julgamento para atender interesses da CBF.

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A reestreia perante a tribuna seguiu exatamente a mesma rotina dos dez últimos anos do advogado no Rio de Janeiro: representando vários clubes em processos diferentes. Defendeu João Vitor, do Criciúma, Ricardo Berna, do Náutico, expulsos na última rodada do Brasileiro, e um gandula do Santa Cruz. Enquanto esperava sua vez de falar diante dos auditores da 3.ª Comissão Disciplinar, deixou a barulhenta sala de julgamentos para atender a coluna Intervalo.

Como está sendo a volta ao STJD?

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São julgamentos que ficaram pendentes do ano passado por causa do caso da Portuguesa. É complicado porque disseram várias coisas a meu respeito. Fiquei chateado porque é muita gente que não é do meio, que não entende nada, dando palpite. Graças a Deus a verdade veio à tona e o assédio da imprensa acabou virando quando perceberam que o que era falado pela Portuguesa, não era verdade. Mas foi assustador.

Recebeu alguma ameaça?

Uma pessoa me ameaçou de morte, ameaçou minha família por telefone. Entrei na Justiça contra a pessoa e o processo está correndo no Rio.

E contra a Portuguesa, entrou na Justiça?

Ainda não. Estou estudando isso com meus colegas de escritório, fazendo coleta das provas. Mas vão acontecer várias ações, não há a menor dúvida. Quem atacou a minha imagem vai ter de se retratar ou pagar indenização. Vou ser bem contundente em relação a isso.

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Chegou a perder clientes?

Graças a Deus, até agora não. A grande maioria mandou solidariedade, os auditores também me receberam muito bem.

Sestário nasceu em Paranavaí, mas na infância passou a morar em Londrina. Construiu a vida na cidade como advogado e, com o tempo, dirigente do Tubarão. Foi presidente entre 2002 e 2003. Saiu de lá para a diretoria jurídica da Futebol Brasil Associados (FBA), o Clube dos 13 da Série B. Trocou o Norte do Paraná pelo Rio de Janeiro. "O grande problema de adaptação foi o trânsito", diz ele, que pelo menos uma vez por mês volta para Londrina visitar as filhas que estudam na cidade e voltar ao Estádio do Café. "Estive no jogo contra o Coritiba, dos três pênaltis [reclamados pelo Londrina, na decisão do turno do Paranaense-2013]. O engraçado é que eu também tinha ido a um Fla-Flu em que o árbitro [Felipe Gomes da Silva] foi mal", relembra Sestário, que tem o Alviceleste entre sua rede de clientes do Rio de Janeiro.

Atualmente, atende quantos clubes?

Tenho contrato de advocacia mensal e outros por caso. Somando, são em torno de 30 clubes. Alguns estão comigo desde 2004, quando fundamos a FBA.

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Em algum momento recebeu ­pagamento da CBF por este serviço?

Quando a FBA foi extinta, recebia por ela [FBA]. Havia um contrato que por um determinado período de tempo foi cumprido com a multa paga pela FBA e a CBF pegou isso aí [o pagamento da multa]. Mas logo fechei diretamente com os clubes e não houve mais isso.

Voltaria a defender a Lusa?

Nunca diga nunca. O futebol é cíclico. Fui dirigente de futebol, fui auditor de futebol, passei por tudo. Sou um profissional e de repente no futuro, uma outra diretoria... Acho muito difícil, mas não descarto.

E o resultado dos primeiros ­julgamentos do ano?

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O Berna e o João Vitor foram advertidos e o Santa Cruz, absolvido. Ótimo resultado. Foi bom voltar.

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