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Se vai funcionar, é impossível dizer. Até porque, guinchar o Atlético do atoleiro em que o clube se meteu vai bem além da capacidade ou não do treinador. Agora, uma coisa é certa, com a contratação de Renato Gaúcho pelo Furacão, o futebol paranaense passa a conviver com um dos grandes personagens da história do esporte no Brasil.

Em seus 17 anos de carreira, o Portaluppi mandou muito bem dentro de campo e, fora dele, foi ainda mais sinistro. Tem dúvida? Sugiro que jogue no Youtube "O jeito de ser e de viver de Renato Gaúcho", manchete de uma entrevista clássica concedida por ele a Glória Maria, exibida pelo Fantástico, em 1990. Ali, em 4 minutos, está a síntese do apelidado Renight.

Já na abertura, o então ídolo do Flamengo surge trajando a peça número 1 de seu vestuário: uma arrojada sunga, amarela vibrante, peça controvertida que em Curitiba vai mofar no closet do treinador. Completam o estilo consagrado o penteado mullet puro – que esvoaçava no Maraca – e os óculos escuros, estes ainda marca registrada.

As raquetadas no ping-pong com a repórter são tão atrevidas quanto a imagem do novíssimo comandante rubro-negro. Uma das minhas prediletas é a resposta nonsense para "um homem bonito?". "Fernando Collor de Melo", solta Renato, inebriado pelo Brasil República.

Há ainda outra, a mais violenta, quando inquirido sobre "o que mais detesta": "Infidelidade". Saindo de alguém exaltado nos botecos e boates por ter "passado o trator" (expressão dele) em mais de mil mulheres, e que sempre afirmou ser comprometido com a eterna Maristela, é artigo para antologia.

Boleiragem/malandragem que – aí sim, dá pra confiar – será fundamental para enquadrar a rapaziada no CT do Caju. E, sem dúvida, emprestará irreverência ao nosso futebol, o mais tímido e recatado do país.

Longe de embalar

Estou na Argentina cobrindo a Copa América para a Gazeta do Povo. E, considerando as estreias decepcionantes de Argentina e Brasil, diante das ex-galinhas mortas Bolívia e Venezuela, respectivamente, a competição deve demorar a embalar. Pelo jeito, só lá nos jogos eliminatórios.

Assim, nos resta torcer ainda mais por um confronto épico entre os dois favoritos, na final do dia 24 de julho, capaz de redimir toda a enrolação. Sobram ingredientes para fazer desta hipotética decisão um banquete da bola.

A começar pelo duelo Messi e Neymar (não estou comparando os dois, beleza?). O nanico do Barça perde em popularidade para Tevez por aqui e teria uma chance de ouro para conquistar os compatriotas. E os hermanos se pelam de medo do marrento do Santos, típico jogador brasileiro, capaz das maiores barbaridades.

Tem ainda o palco da disputa da taça: o clássico Monumental de Nuñez, estádio do River Plate. Estádio que há uma semana viveu o maior trauma de sua história no rebaixamento dos Milionários.

Uma vitória nesse cenário resgataria um pouco da graça da seleção brasileira, tão chata nos últimos tempos, com seus jogadores internacionais entupidos de grana, Dungas e Felipe Melos.

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