Enquanto a torcida do Coritiba esperava e ainda espera o desfecho da negociação com Deivid, o clube anunciou a venda de Lucas Mendes para o futebol europeu. Deixou nos cofres alviverdes uma quantia interessante US$ 1,75 milhão dos US$ 4 milhões envolvidos no negócio; a diferença é referente à parte do investidor, que detinha 50% dos direitos do jogador, e à comissão de empresário. Abriu a perspectiva de uma bem-sucedida carreira na Europa para um jogador que executa duas funções. E justifica a retomada do debate sobre qual a hora certa para vender um atleta formado em casa.
Para quem não está em um mercado atraente para patrocinadores nem recebe cotas graúdas da televisão, vender a garotada é questão de sobrevivência.
A única maneira de encurtar uma diferença financeira que a justiça desportiva dos pontos corridos só acentua. No Internacional, por exemplo, é política usada há quase uma década. Foi vendendo Daniel Carvalho, Rafael Sóbis, Alexandre Pato, Taison e outras revelações que o Colorado fez caixa para ganhar duas Libertadores, um Mundial, uma Sul-Americana e uma Recopa nos últimos seis anos.
A partir do momento que é uma política definida, o clube tem condições de planejar onde investir o dinheiro da venda que está por vir e buscar reposição antes de fechar o negócio. O Coritiba fez isso no caso de Lucas Mendes, visto há algum tempo como vendável no mercado europeu. O clube preferiu Henrique ao invés de Dieguinho como contrapartida na troca com Geraldo também pensando na saída de Lucas. Pesou na vinda de Escudero o fato de ele ser um zagueiro que joga de lateral-esquerdo ou um lateral-esquerdo que joga de zagueiro. Ainda há Eltinho e Timbó.
Há reposição em quantidade suficiente. O problema está no aproveitamento dos substitutos. Enquanto Emerson estiver machucado, Escudero é mais necessário na zaga. Eltinho tem um histórico médico que não permite contar com ele sempre. Henrique é tão ofensivo que parece ser mais provável Marcelo Oliveira usá-lo como meia do que na lateral.
A torcida sentirá saudade de Lucas Mendes na medida em que a reposição corresponder ou fracassar dentro de campo. Até porque o seu 2012 foi tão oscilante quanto o do time.
Baixa tolerância
Lucas Mendes concluiu um ciclo no time profissional que ainda está no começo para Thiago Primão e Alex Santos. Os dois tiveram a chance de serem titulares em um jogo do Brasileiro. Os dois foram substituídos no intervalo dessa partida. Primão era o melhor jogador coxa-branca contra o Bahia. Alex Santos não era brilhante, mas fazia um bom papel contra o Internacional.
O pouco tempo dado aos garotos passa uma impressão ruim para quem está de fora. O Coritiba se orgulha de conduzir sem atropelos a promoção dos seus meninos. Mas, quando um deles é sacado com 45 minutos, transparece a ideia de que a tolerância ao erro é zero, mesmo que a intenção não seja essa.
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