Copa do Brasil
A diretoria do Paraná, enfim, abriu os cofres para instalar as câmeras de segurança na Vila Capanema. O estádio terá quase o dobro de capacidade, o time mostrou-se confiável no PV, Ricardinho, um dos maiores ídolos da história do clube, começa bem seu trabalho como treinador. Se você é paranista e mora em Curitiba, não há desculpa para não ir amanhã ao Durival Britto e Silva.
O Atletiba vai, mais uma vez, salvar o Campeonato Paranaense. Após três meses de incontáveis jogos inúteis, caneladas, pernas de pau e muita calça molhada pelo concreto úmido, o clássico absolve o Estadual de boa parte dos seus pecados. E com uma semana inteira de preparação, algo raro no amalucado calendário do futebol brasileiro.
Todo clássico é cercado de uma pressão adicional. Mas no de domingo, a carga será maior sobre o Coritiba. Primeiro porque haverá apenas coxas-brancas no estádio, moeda de troca do jogo de torcida única da Quarta-Feira de Cinzas. Já escrevi na época, mas repito para não deixar dúvidas. Considero clássicos de torcida única um crime contra o futebol. Mas já que foi feito no primeiro turno, que se repita agora. E, por favor, sepultem essa ideia para sempre.
Um estádio somente com torcedores seus, contra o maior rival, em uma partida decisiva deveria ser fonte apenas de incentivo, não de pressão, certo? Sim se você tiver um time pronto, entrosado e consistente, algo que o Coritiba tinha ano passado, mas não tem agora. O risco de o time entrar em campo desarticulado, enervar a torcida, se enervar a partir disso e entrar em parafuso é real. Será necessário equilíbrio dos jogadores e paciência da torcida para evitar um colapso. Esse controle emocional será mais importante do que saber se Tcheco joga, se Marcelo Oliveira escalará dois ou três volantes, se Anderson Aquino será, novamente, escalado como único atacante. Não custa lembrar que até agora, quando entrou em campo contra a parede, o Alviverde venceu os jogos de volta da Copa do Brasil, porém contra oponentes inferiores ao Atlético.
E há também a classificação. Se o Coritiba vencer, leva o turno, provoca a final e encaminha a realização do segundo jogo para o Couto Pereira. O empate deixa tudo em aberto da existência de uma final a quem terá a vantagem de mandar a partida do título. E a derrota entrega de bandeja para o Atlético uma taça que desde o início teve o Coxa como favorito.
Do lado rubro-negro, a curiosidade permanente sobre como Carrasco aprontará será ainda maior. O Atlético, a grosso modo, entra com pouco a perder. Na pior das hipóteses, perde o jogo e fica perto de ter de reencontrar o rival em dois jogos finais. Na melhor, encaminha a conquista antecipada do Estadual. É o cenário perfeito para o estilo camicase do uruguaio. Não me surpreenderia de ver o Furacão em campo sem nenhum volante e com três atacantes, como na partida contra o Criciúma, semana passada.
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