Este dia 5 de abril de 2013 tem tudo para se tornar uma data histórica para o futebol paranaense. Sentados à mesa na sede do J. Malucelli, em volta de um tradicional barreado, presidentes de Coritiba, Atlético e Paraná, ciceroneados e unidos por Joel Malucelli, discutirão a retomada da Copa Sul – ou da Sul-Minas. Um projeto ainda embrionário, para 2015, mas totalmente necessário para salvar o futebol do estado.

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Engana-se quem pensa que o retorno da copa regional servirá apenas para quem estiver dentro dela. Livres das amarras impostas ao calendário por quem joga o Brasileiro, os pequenos poderão organizar uma competição mais adequada às suas necessidades de agenda e possibilidades financeiras. Uma disputa com dois bônus: jogar uma fase final mais enxuta para a qual os grandes possam, de fato, dar alguma atenção e vaga na copa regional – e na Série D nacional, como acontece hoje.

Para quem estiver na copa regional, as possibilidades são infinitas: melhor parâmetro técnico na preparação para as disputas nacionais, receitas maiores de televisão, bilheteria e quadro de sócios, organização de um calendário mais racional.

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Na virada dos anos 1990 para os 2000, período em que existiram as Copas Sul e Sul-Minas, o futebol paranaense tinha três representantes na Série A, sempre com pelo menos um na parte de cima da classificação. Não é coincidência. Os dois fatos estão relacionados. Quanto à questão geográfica, se Sul ou Sul-Minas, prefiro colocar os mineiros no balaio. Perde um pouco a característica regional, mas o ganho técnico e financeiro é inegável.

Inadmissível

O Ministério do Esporte costura um perdão disfarçado das dívidas dos clubes com a União. Explico: a medida provisória articulada em Brasília prevê que até 90% das dívidas fiscais dos times de futebol possa ser revertida em apoio ao esporte olímpico e projeto social. Há dois senões. 1) A relação não é direta de um para um. Ou seja, o clube pode investir menos do que deve; 2) Quem aderir ao programa imediatamente receberá certidão negativa de débito com a União, o que na prática abre espaço para tomar financiamentos e receber de patrocínio de empresas públicas para investir em infraestrutura e projetos de formação de novos talentos. Logo, seria o Estado dando dinheiro para o clube pagar o próprio Estado.

Na essência, é o mesmo que uma eventual futura anistia aos empréstimos para erguer os estádios da Copa. Dinheiro que deveria voltar aos cofres públicos sendo transformado em doação para time de futebol. Nos dois casos, o alvo da ajuda está no topo da cadeia alimentar do futebol brasileiro, mas seu alcance beneficiaria equipes paranaenses – Coritiba e Paraná pelas suas dívidas fiscais; o Atlético pelo financiamento da Arena. Nos dois casos, não dá para classificar isso como correto. Tudo, claro, ainda é projeção com base no histórico dos políticos e dos cartolas nacionais. Mas é bom ficar de olho desde já.

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