Quer uma boa medida de como o futebol do Coritiba anda fora dos trilhos? Olhe para o histórico recente da camisa 9 no clube — a função, não o número. Não falo apenas de dentro de campo, onde o Coxa sofre pela falta de um "fazedor de gols" confiável. A série de imbróglios e lambanças envolvendo jogadores da posição dão a noção de que, brincando com a bíblia dos gestores "mudérrrnos" do futebol, quando a bola deixa de entrar também não é por acaso. Senta que lá vem história...

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Deivid chegou há dois anos como solução. Resolveu mesmo no primeiro momento. Sem ele, o Coritiba teria caído em 2012. Foi bem menos decisivo no título estadual de 2013 e, depois do famoso jogo com o Grêmio em Porto Alegre, embicou para baixo de maneira irreversível. Sofreu com lesões, mas também passou a ser vítima de acordos feitos e não cumpridos de pagamento e renegociação do que o clube lhe devia.

Foi mais de um semestre de Coritiba esperando a volta de um centroavante que, na prática, já não estava mais no Couto. Até essa realidade ficar bem explícita com a saída de Deivid e a briga judicial, o clube padeceu nos pés dos seus "matadores". Bill conseguiu sair caro mesmo vindo de graça. Keirrison foi forçado a dar uma resposta antes do que deveria — e não conseguiu. Julio César foi improvisado por ali (aliás, que fim levou Julio César?). Virou o ano e veio Zé Love, cuja atuação na cobrança salarial foi digna de todos os aplausos e a raça é admirável, mas faltam técnica e assiduidade no cumprimento da missão de marcar gols.

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Mais do que os fracassos dentro de campo, são três histórias fora dele que explicam bem como algo se perdeu no Alto da Glória. No dia 11 de abril, o clube anunciou que André Lima estava treinando no CT da Graciosa e finalizando a negociação com o clube. O pano de fundo, o fato de o jogador estar treinando ali. Seria visto pelos repórteres e ficaria bem ridículo negar. Ok, mas o Coritiba acabou perdendo um trimestre com um jogador que precisaria entrar em forma (entrou) e tinha um rolo judicial gigantesco, que já havia barrado seu acerto com o Criciúma. O Coritiba tornou pública uma negociação que, sabidamente, era enrolada. Apostou na sua capacidade de resolver a situação. E perdeu.

Da mesma maneira, apostou que anunciar a negociação com Joel acalmaria a fome da torcida por um matador. Acalmou, até Sergio Malucelli falar que, não importa quantos gols fizer, Joel vai embora em janeiro, sem deixar um tostão de compensação para o Coxa. O clube aceitou ser barriga de aluguel de graça.

Por fim, o caso Giancarlo. Por pura inabilidade, o clube arrumou um conflito no departamento de futebol e terá de acionar seus advogados por causa de um jogador que, no fim, não valeria tanto o esforço. Ficaria pior caso a diretoria decidisse manter sob o mesmo teto Giancarlo e Anderson Barros. Prevaleceu o bom senso do é um ou outro. Embora esteja claro que absolutamente tudo é possível na saga coxa-branca por um camisa 9.

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