Os resultados recentes do Coritiba passam a impressão de que a arrancada alviverde no Brasileiro foi um ponto fora da curva. A anormalidade está na fase atual, que não pode ser dissociada de um fato: a ausência de Alex, Deivid e Robinho. São os três principais goleadores e os três melhores jogadores do Coxa na temporada. É tirar três peças do mesmo peso de qualquer outro time da Série A e o estrago será semelhante.
Vanderlei tem falhado com incômoda frequência. É, também, o goleiro que mais faz defesas no Brasileiro. Se um goleiro é bombardeado sistematicamente durante a partida, ele está mais propenso a ser vazado e a falhar. Vanderlei é apenas a parte mais visível da dificuldade coxa-branca em deter os ataques inimigos.
Wellington disputou apenas 1 dos 17 jogos do Paraná na Série B. Pelo tempo que passou afastado, treinando nem mesmo no time reserva, poderia ser visto como um perna de pau, alguém incapaz de ajudar o time na temporada. Bastaram 30 e poucos minutos contra o Sport para Wellington reafirmar sua titularidade. E mesmo que Fernando Gabriel, um dos reservas mais assíduos do Tricolor na Segundona, esteja à disposição contra o Guaratinguetá, não faz sentido entregar a camisa 10 a outro que não seja Wellington.
A arrancada do Atlético no momento mais duro do Brasileiro, voando no segundo tempo, permite a leitura de que a pré-temporada ampliada foi um sucesso incontestável. Precipitação. A pré-temporada deu, sim, um lastro físico que tem feito diferença. Mas a decisão política de não usar o Paranaense para dar ritmo ao time custou pontos preciosos no início do Brasileiro. Balanço definitivo mesmo, só em dezembro. O saldo, porém, é positivo.
Dellatorre já fez gols e jogadas suficientes para rechear um belíssimo DVD, daqueles de assegurar a venda para qualquer lugar do mundo. O atacante, porém, comete erros de quem ainda precisa desenvolver alguns fundamentos. Mas há um aspecto inegável: Dellatorre não se omite do jogo, tampouco tem medo de erro. Isso, para um atacante, é fundamental.
Coritiba e Atlético perderam por 1 a 0 no meio da semana passada. Logo, dependem dos mesmos resultados contra Vitória e Palmeiras para avançar na Sul-Americana e na Copa do Brasil, respectivamente. Na teoria, a missão é a mesma. Na prática, não. É muito mais crível que o Atlético, em grande fase, com um ataque produtivo e uma defesa equilibrada, faça os dois gols que precisa sem sofrer nenhum. No Coxa, confiar em Júlio César e Bill é jogar na roleta.
O Mané Garrincha, com ingressos no preço padrão Fifa, teve troca de sopapos entre torcidas organizadas. O Morumbi, com ingresso promocional a dois mangos, lotou e teve renda de jogo com ingresso cheio. Preço de ingresso não define o caráter de quem senta na arquibancada nem é a única maneira de ganhar dinheiro em uma partida de futebol.