O Atlético termina mais uma semana diante de um jogo em que vencer é obrigatório. Depois do Dragão, haverá uma série espinhosa, contra Corinthians, São Paulo e Cruzeiro o primeiro e o terceiro, fora da Arena. E será preciso vencer os goianos sem Paulo Baier. É sintomático que o Furacão ainda dependa tanto do seu camisa 10. Em comparação a 2009 e 2010, Baier está menos tempo em campo, erra mais passes, corre menos. O time nivelou-se de uma forma que ele continua sendo indispensável. Nivelou-se por baixo.
Marcinho é a aposta de Antônio Lopes. A aposta correta, pois tem experiência e bom futebol para liderar o Atlético, como fez em algumas partidas, mas há várias rodadas está em débito. A referência, mais uma vez, é Baier. Quando esteve nas cordas por causa das críticas públicas à inexperiência do time e à invasiva lista de salários, respondeu com gols e futebol eficiente. A pressão sobre Marcinho é "apenas" a de liderar um time ameaçado pelo rebaixamento, mas a resposta deve ser tão incisiva quanto a de Baier.
Nas outras posições, Lopes poderia ser mais corajoso. O Atlético precisará de gols para vencer. E se eles não sairão do pé direito do careca com cara de tiozão churrasqueiro, é preciso confiar em um camisa 9. Nieto definitivamente não se encaixa nesse perfil, então por que não Edigar ou Pablo? São identificados com o clube, com o sofrimento da torcida e terão o apoio irrestrito da arquibancada. Vale o risco.
O tempo de Tcheco
Com a temporada perto do fim, volta à tona a aposentadoria de Tcheco, anunciada pelo próprio jogador no primeiro semestre. O reflexo automático é dizer que Tcheco deve parar. O meia já tem 35 anos, as contusões são um incômodo maior que antigamente e o ótimo desempenho no Brasileirão oferece uma chance única de parar por cima. Eu mesmo já defendi essa retirada em grande estilo, que deixaria ao torcedor uma ótima última impressão mesclada por saudade.
Mas hoje me pergunto: que direito temos de dizer a Tcheco ou a qualquer jogador que é hora de parar? Imagine você, caro leitor, se alguma pessoa batesse nas suas costas e dissesse: você deve se aposentar. Qual seria sua reação? A minha não seria nada amistosa.
Torcedores e jornalistas costumam se colocar como senhores do tempo e da razão. Assim, tem condições de dizer o momento exato em que determinado jogador não serve mais. Bobagem. É Tcheco quem tem a noção exata do quanto o seu corpo cobra pela rotina maçante do futebol e do prazer que estar em campo lhe dá. Enquanto considerar que o saldo entre essas duas variáveis é positivo e houver um clube disposto a lhe dar espaço, Tcheco deve seguir em frente. Ninguém melhor que ele saberá quando o seu tempo de jogador profissional acabar.
Paradinha
A coluna dá um descanso aos seus leitores e volta a ser publicada no dia 18 de novembro. Boas-vindas às férias.
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