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Na falta de tempo para trabalhar, Ricardo Drubscky fez o simples. Moldou o elenco do Paraná ao desenho tático que mais lhe agrada – um 4-4-2 com um armador mais centralizado, um velocista com boa recomposição e um meia aberto com capacidade defensiva – e explorou a melhor arma que o grupo paranista lhe oferece: o jogo aéreo. Assim, venceu o São Bernardo, avançou na Copa do Brasil e ganhou o que ainda não teve, tempo para trabalhar.

Daqui até a estreia na Série B, é possível esperar mais de Drubscky neste time tricolor. O apreço pela posse de bola, a chegada de um volante como elemento surpresa e mesmo a perigosa linha de impedimento. A semente já está plantada.

Cem dias de 2014

Os brasileiros levaram um rodo histórico na Libertadores. Metade parou na fase de grupos de um torneio em que falta dinheiro em todo o continente e sobra por aqui. Sobra? Os clubes brasileiros estão à beira do colapso financeiro. Torraram todo o dinheiro da tevê e esperam o carimbo do governo federal na renegociação das suas dívidas. E como no Brasil há uma distância enorme entre renegociar dívida e efetivamente pagá-la, melhor esperar até o último mês dos 25 anos do Proforte.

Os estaduais nunca estiveram tão esvaziados. Falta interesse, falta público, falta time, falta organização, falta sentido. Nem a rivalidade tem feito o torcedor se importar com as disputas locais – exceção honrosa e digna de aplausos é o clássico do café descafeinado que decide o Campeonato Paranaense.

Não passa semana sem notícia de briga entre torcedor. Não passa quinzena sem notícia de morte de torcedor. Não passa dia sem Lusa e Flu trocarem de divisão do Brasileiro nos tribunais da vida. O racismo se prolifera como uma praga pelos estádios. Peru, Rio Grande do Sul, Mogi-Mirim e, agora, Vila Capanema.

Os estádios da Copa já prontos estão vazios. Os inacabados ninguém garante que ficarão prontos segundo a cartilha da dona Fifa. A cada licitação que não anda, a cada estrutura temporária que não sai do papel, a cada obra de mobilidade que troca de PAC, a cada martelada mais lenta surge a dúvida: é incompetência, é desorganização ou é malandragem para arrancar mais dinheiro. E tome operário morrendo nos canteiros de obras.

Ontem, 2014 completou o centésimo dia e, para quem vive do futebol, o ano está duro de digerir. Às vésperas da Copa do Mundo, o futebol brasileiro parece ter engatado a ré na descida e travado o pedal do acelerador com um paralelepípedo. A Copa – dentro e fora de campo – dirá se estamos vivendo a tempestade que precede a calmaria ou o silêncio que precede o esporro.

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