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O colega André Pugliesi é um dos mais ativos teóricos da capacidade forjadora de caráter do futebol. Compartilho do mesmo pensamento, embora sem o mesmo brilhantismo do eterno JdeM.

Quem discorda, deveria vasculhar a grade da Fox Sports ou dar um google em busca do videotape de Atlético x Sporting Cristal. Não há ser humano que saia o mesmo de um jogo daqueles. Falo do torcedor, exposto a todo o tipo de emoção sem aviso prévio. Mas também do jogador, que amadurece uma vida em 90 minutos.

Vejam o Nathan, menino de 17 anos. Quem pode negar que ele tenha maturidade suficiente para escolher um presidente da República ou dirigir um automóvel depois da frieza para construir a jogada do pênalti salvador e do sofrimento de perder uma penalidade que eliminava o Atlético? Saiu homem feito da Vila Capanema.

Se a quarta-feira não ofereceu subsídio suficiente – sempre há os incrédulos –, depois de amanhã temos outro ótimo campo de provas. Clássicos como o Atletiba são exímios definidores de caráter. Especialmente quando estarão em ação duas equipes de trainees – ou aspirantes, como sugeriu, saudoso, o Israel Bernardo na semana passada, por e-mail.

Basta olhar para o Atlético no ano passado. Os 20 minutos iniciais do primeiro Atletiba do ano, no Couto Pereira, foram aterrorizantes. Time acuado, claramente intimidado por enfrentar Alex, Pereira, Deivid e outros macacos velhos. A expulsão juvenil do Deivid, após a dividida do Santos com o Gil, parece ter dado um estalo no Sub-23, que a partir dali não parou de crescer. Venceu o Atletiba do returno, mereceu vencer o primeiro da final, caiu de pé no jogo do título. Os meninos do primeiro clássico chegaram homens feitos ao último.

É o mesmo processo pelo qual a piazada alviverde passará no domingo. Pouco importa para o torcedor a faixa etária ou status das equipes. A partir do momento que subirem ao gramado da Vila Capanema, os garotos serão cobrados para vencer um Atletiba. Denner, Thiago Primão, Zé Rafael, Wallyson, Rhuan, Dudu, William sentirão o tamanho do clássico. O peso dos quase 90 anos de rivalidade em cada dividida. A dor da derrota ou a glória da vitória elevados a níveis extremos.

Quando acordarem na segunda-feira, é possível que os meninos que tiverem ida a campo no domingo não se reconheçam no espelho. Serão homens com o caráter forjado por um clássico.

Arena

Não tenho dúvida de que o BNDES emprestará o dinheiro necessário para a conclusão da Arena. Também não tenho dúvida de que serão apresentadas as garantias necessárias pelo Atlético. A obra estará financeiramente salva e Curitiba, na Copa. Minha dúvida é sobre quem pagará a conta. Escrevi meses atrás que é justo o Atlético cobrar o acordo tripartite. O difícil é prefeitura e, principalmente, estado, em ano de eleição, manejarem essa questão politicamente.

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