Uma das muitas aberrações causadas pelo calendário do futebol nacional é a divisão do Brasileirão em dois em um ano de Copa do Mundo. Com 41 dias de inatividade, dá para dizer que serão dois campeonatos bem distintos, com um tendo reflexo direto no outro. Para a maioria dos times, as nove rodadas pré-Mundial (ou dez, no caso da Série B) servirão para testar apostar, detectar erros e preparar uma lista de tarefas para o período em que o torcedor estiver atento apenas ao que acontecer nas 12 arenas. Paraná, Coritiba e Atlético não fogem a essa regra.

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Desde que caiu para a Série B, o Paraná sempre começa o campeonato em mutação, com alguns jogadores chegando e outros saindo. O cenário de 2014 é agravado pela troca de treinador. Claudinei Oliveira é melhor que Ricardo Drubscky. Mas o Paraná perdeu um tempo que não previa – e não poderia – com a mudança no comando técnico.

Basta dizer que ao longo desta semana ninguém foi incorporado a um elenco que ainda precisa de reforços. E que terá uma largada com três jogos fora em quatro rodadas. É um cenário adverso, capaz de criar uma conclusão precipitada sobre as chances do time, especialmente se o Paraná sair da quarta rodada na segunda página da tabela.

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O Coritiba enfrenta um cenário similar na Série A. Celso Roth continua recebendo jogadores enquanto coloca seu estilo no time. Será um Coxa de jogo mais físico, totalmente diferente do time que tentava manter a posse de bola a maior parte do tempo.

A reconstrução se estende ao lado externo do campo, com a reorganização do departamento de futebol sob o comando de Anderson Barros e a tentativa de reconstruir a relação entre Vilson Ribeiro de Andrade e o elenco, que deixou de existir com a carta dos jogadores. Mais do que em outros anos, os resultados determinarão a temperatura no Alto da Glória. Com eleição no fim do ano, a frágil paz estabelecida no clube precisa de vitórias para se fortalecer.

O cenário do Atlético é, como de costume, o mais difícil de delinear. A limpa no elenco e o humor oscilante de Petraglia deixam o clube à beira de uma permanente revolução. No balanço da Libertadores, Miguel Ángel Portugal sobreviveu e a conta foi entregue aos jogadores. No Brasileirão – mesmo que os reforços não cheguem na medida esperada, embora Bady seja um ótimo primeiro nome –, não haverá esse colchão para evitar a queda de Portugal. Assim, ou o espanhol arranca com bons resultados ou ganha uma passagem de volta para Madri. O que não necessariamente depende da parada da Copa para acontecer, vide a troca de Drubscky por Mancini após o o recesso do ano passado.

Em comum para o trio, além do laboratório pré-Copa, a certeza de que o bolso raso não dá muita margem para erro. Imagina depois da Copa.

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