No dia 10 de agosto do ano passado, a seleção fez o seu primeiro jogo após a eliminação na Copa da África do Sul. Ganso, Neymar, Pato e Robinho formaram o alegre quadrado ofensivo na vitória por 2 a 0 sobre os Estados Unidos. Era a estreia de Mano Menezes e também foi a melhor exibição da equipe sob seu comando. Daqui a pouco chega outro 10 de agosto e o Brasil entra em campo novamente, contra Alemanha, para o primeiro jogo após a Copa América. A constatação é quase desesperadora: o time não evoluiu um milímetro desde a partida de Nova York.

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Claro, há uma série de descontos a ser feita. Pela ordem natural das coisas, Adriano, Kaká e Ronaldinho Gaúcho deveriam ser os astros da seleção, preparando a tranquila sucessão para Neymar e Ganso. Uma dupla que fez falta, sim, na Copa do Mundo. Não apenas porque daria as opções de banco que Dunga não quis ter, mas porque teriam ido à Copa América com alguma experiência de seleção em um grande torneio.

O ganho de quilometragem de Ganso e Neymar é uma das poucas boas coisas que a seleção traz da Copa América. Além disso, a reafirmação de Maicon na lateral direita, a recuperação de Robinho dentro de competição e... mais nada. Pato não passou a segurança necessária de que é o 9 que o Brasil precisa. A defesa, tão elogiada, teve atuações bisonhas, do goleiro Júlio César ao cada vez mais dispensável Lúcio, passando pelo oscilante Thiago Silva. Isso sem falar em André Santos, cuja titularidade é tão inacreditável que dá munição a quem diz que ele só está ali por ter o mesmo empresário que Mano.

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Além de perder um ano inteiro, Mano se vê diante de um dilema: manter o planejamento que, corretamente, previa a prioridade ao time olímpico ou jogar para salvar seu emprego e aumentar para um ano e meio o atraso na montagem da seleção – um ritmo bem condizente com as obras para a Copa, diga-se de passagem. A tabela de amistosos do segundo semestre, com Alemanha, Argentina, Espanha e Itália, transformou-se em uma afiada faca de dois gumes. Se Mano não fizer o Brasil jogar bem diante de quatro candidatos ao título em 2014, haverá pouco argumento a favor de mantê-lo na seleção até o Mundial.

Agenda coxa-branca

Os próximos dias prometem intensa movimentação extracampo no Coritiba. Para amanhã está prevista a assinatura da compra do terreno do novo CT. Se tudo correr bem, quinta-feira tem coletiva para apresentar o novo empreendimento – mas ainda sem investidor definido ou prazo de entrega. Nos primeiros dias de agosto a Justiça do Trabalho dará os dois votos que faltam no caso Ariel. Por enquanto, está 1 a 0 a favor do Coritiba, que pede o pagamento de R$ 4 milhões ou o retorno do jogador ao Alto da Glória. Ao meu ver, o dinheiro é mais bem-vindo. Até porque se Ariel quando estava no Coxa não era aprovado unanimemente pela torcida, imaginem saindo como saiu.