O dia 17 de abril de 1995 é um dos mais importantes da história atleticana. Foi quando Hussein Zraik renunciou à presidência para dar lugar a Mario Celso Petraglia. Na véspera, o time havia levado 5 a 1 do Coritiba, no Couto Pereira. A partir dali, o Atlético teve um crescimento patrimonial e futebolístico que jamais havia experimentado, algo devidamente registrado e bem vivo na memória coletiva, na galeria de troféus no clube, na existência da Arena e do CT do Caju.
O Atlético de 16 anos atrás era infinitamente menor que o atual. Faltava dinheiro, faltava lugar para treinar, faltava perspectiva de futuro. Mas a circunstância política era similar à atual: um presidente isolado, cercado por um Petraglia que articulava a tomada do poder. Assim, torna-se pertinente perguntar a Hussein se ele aconselha Marcos Malucelli a tomar a mesma atitude que ele.
"O Marcos não deve renunciar", disse Hussein à coluna, para pontuar as diferenças que fazem ele acreditar que há outra saída para o atual presidente. "A oposição naquela época era muito forte, o Petraglia era muito articulado e poderoso. Fiquei totalmente isolado na presidência, com dinheiro escasso e tive de sair. O Marcos está isolado, mas ainda assim há um grupo de quatro, cinco pessoas em torno dele e o clube tem respaldo financeiro."
Depois de deixar a presidência, Hussein Zraik não voltou a fazer parte da vida política do clube. Vai apenas a jogos esporádicos. Jura não se arrepender da renúncia porque a partir dali o Atlético se tornou muito maior. Acabou quase virando um personagem veladamente maldito nos círculos rubro-negros. Seu nome voltou ao noticiário esta semana. É em figuras como ele, Valmor Zimmermman, Ademir Adur, Marcus Coelho e Nelson Fanaya, entre outros, que está a aposta na pacificação política do Atlético, algo indispensável para que o time tenha tranquilidade para fugir do rebaixamento.
A missão é inglória, quase utópica. As farpas trocadas entre Malucelli e Petraglia tornam uma reaproximação algo quase impensável. Quando Petraglia anunciou que concorreria à presidência em dezembro, escrevi que ele deveria ser mais atleticano do que candidato. Digo o mesmo sobre Malucelli. É o momento de ele ser mais atleticano do que presidente. Colocando a paixão pelo clube acima das disputas políticas, os dois entenderão a necessidade de um armistício de cinco meses. Não há vencedor em eleição de clube que acabou de ser rebaixado.
Rodada
Rápido e rasteiro. Paraná x Vila Nova jogo para fincar o pé no G4. Coluna um. Coritiba x Fluminense Rafinha volta? Coluna um. Vasco x Atlético uma semana inteira de Renato. Coluna do meio mais otimista do que realista.
Justiça do Trabalho desafia STF e manda aplicativos contratarem trabalhadores
Parlamento da Coreia do Sul tem tumulto após votação contra lei marcial decretada pelo presidente
Correios adotam “medidas urgentes” para evitar “insolvência” após prejuízo recorde
Milei divulga ranking que mostra peso argentino como “melhor moeda do mundo” e real como a pior
Deixe sua opinião