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Na próxima segunda-feira, o secretário municipal de Copa, Reginaldo Cordeiro, estará na Fomento Paraná para validar o orçamento de R$ 184,6 milhões da reforma da Arena da Baixada. A partir dessa validação, será permitida a emissão do potencial construtivo empenhado como garantia para o empréstimo do BNDES.

Não, você não leu errado. No dia 29 de julho de 2013, será validado pelo município um orçamento deR$ 184,6 milhões. Isso em um momento em que, segundo a CAP S/A, a atualização dos custos de construção já elevou a fatura para R$ 219 milhões. Um valor que periga estar caduco, vide informação trazida pelo colega de colunismo e de Grupo, Augusto Mafuz, de que o Atlético comunicou à Fomento que o Complexo da Copa sairá por R$ 265 milhões. Toda essa situação só ilustra a várzea que tomou conta da operação Copa em Curitiba – e peço sinceras desculpas à várzea, no geral mais organizada. Não dá para conceber que a menos de um ano para a Copa, ainda circulem boatos e informações de bastidor sobre orçamento sem que ninguém ponha no papel e traga a público a conta detalhada. O mínimo que se espera é que os cabeças de toda essa operação (Beto Richa, Gustavo Fruet e Mario Celso Petraglia) sentem em uma mesa e ponham no papel exatamente quanto custará a reforma da Baixada e a fatia que cada um deve sacar do bolso. Aí está o problema.

Para governo e prefeitura, é cômodo ficar atrás da mesa esperando o Atlético mandar a conta. Seguem trabalhando com a ideia de que precisarão bancar R$ 61,5 milhões cada. A partir do momento que tiverem um orçamento maior em mãos, assumem a possibilidade de qualquer custo extra ser dividido por três. Há respaldo legal para esse aumento da fatura pública. O que não há é ambiente político para assumir a criança. Então, mais cômodo deixar o esqueleto guardado no armário. Para o Atlético, quanto maior a imobilidade do poder público, maior a musculatura do discurso de que o clube – e só ele – está se sacrificando pela Copa; que o Atlético não precisa da Copa para concluir o estádio; que a Copa é mais importante para a cidade e o estado do que para o Atlético. Premissas verdadeiras, mas que não anulam um ponto crucial. Mais do que ninguém, Petraglia fez força pelo Mundial em Curitiba e pela escolha da Arena (duas escolhas óbvias, é verdade). Não dá para agir agora como se tivessem lhe empurrado pela goela a Copa na Baixada.

Semana passada, entrevistei Ricardo Trade, chefe de operações do COL, sobre o risco de Curitiba ser sacada da Copa. Diante da boataria que circulava, esperava no mínimo um alerta à cidade. Nem isso. Para Trade, não há risco de a Arena não ficar pronta até 31 de dezembro nem de exclusão da sede. Uma opinião de peso, mas descolada da realidade. Tanto como a tranquilidade que prefeitura, governo estadual e Atlético tentam transparecer com sua cada vez mais incômoda imobilidade. Difícil saber a quem serve deixar o barco rolar. Certo mesmo é que a cada dia que passa, maior o perigo de tudo virar regime de urgência. Aí, o roteiro é sabido: estoura nos cofres públicos.

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