O Bahia lançou o tema e o camarada André Pugliesi, em seu blog, laçou e puxou para a realidade paranaense. Para quem pegou o bonde andando, eis o bilhete para a janelinha: a nova gestão do Baêa divulgou uma lista de jornalistas e profissionais da comunicação que recebiam dinheiro do clube na administração anterior; o famigerado jabá.
Um dos temas preferidos dos torcedores é apontar o dedo para jornalistas e dizer "esse é vendido" ou "esse pega grana do clube". A acusação é feita para desqualificar alguma crítica ou "notícia ruim", não se prova nada e segue o baile. E como bem observou o André, nunca quem acusa vê o clube, o corruptor, como uma ponta igualmente errada na história. Mesmo com óbvia conotação política, a atitude do Bahia deveria virar exemplo. Coritiba, Atlético e Paraná deveriam vir a público e dizer se já houve na sua história pagamento de jabá. E mostrar provas. Recibo, nota fiscal, troca de e-mail, comprovações que matem a curiosidade do torcedor e ajudem a limpar a área.
Seria igualmente saudável ampliar a abertura das gavetas até a prestação de serviços de gente da imprensa aos clubes, o que, frise-se, não é jabá, mas um negócio. Muitos conciliam a função jornalística com outras profissões, em que, pela proximidade, acabam atendendo gente do futebol. E acabam sistematicamente se referindo a clubes, dirigentes e jogadores que representam ou enfrentam em outros campos, sem avisar ao respeitável público.E muitos fazem com competência, mas omitem informação fundamental do leitor. Para quem gosta de dar lição de jornalismo e reclama de falta de assunto na imprensa do local, obviamente sem olhar para o próprio rastro, aí está um ótimo tema.
Carta
A carta do elenco do Coritiba a Vilson Ribeiro de Andrade e as cartas do Bom Senso FC têm o mesmo estilo. Não é coincidência. Alex, Deivid e Lincoln são a ligação entre as duas pontas, mas não foi nenhum deles que escreveu. A redação é de João Henrique Chiminazzo, advogado com 15 anos de experiência na área esportiva. É ele quem dá o suporte jurídico ao Bom Senso, suporte também oferecido ao elenco do Coritiba na complexa batalha para o recebimento do direito de imagem.
Gênios
A política de comunicação do Atlético tem culpa enorme no impacto do pagamento de R$ 1,5 milhão ao Vitória com dinheiro da conta da CAP S/A. Por achar que seu site oficial já basta, o clube recusou-se a atender a Folha como se recusa a atender todo mundo. Com o tiro de canhão disparado, foi tentar apagar o incêndio com uma justificativa plausível e correta, porém tardia. E aí parte para outro vício: o de achar que toda a manifestação do clube deve ser engolida com farinha. A explicação do Atlético é apenas parte em um mosaico composto ainda por Vitória, Fomento Paraná e Tribunal de Contas. O caso deveria servir para uma revisão na política de comunicação do clube. Mas, conhecendo as cabeças que poderiam tomar essa decisão, o máximo que vai se fazer é resmungar da imprensa como sempre.
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