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Seja qual for o resultado do Atletiba, coxas-brancas e atleticanos estarão na ar­­quibancada apoiando seu time em 2012. Os coxas, tanto na terceira participação na Libertado­­res ou em mais uma corriqueira temporada com Para­­naense, Brasileiro e Copa do Brasil; os atleticanos, esteja Neymar ou Júnior Xuxa à frente do esquadrão adversário. O contrato do torcedor com seu time é eterno. Não há multa rescisória, aposentadoria, empréstimo para time menor ou cessão de parte do direito de torcer para um fundo de investimento. No máximo um afastamento físico que o coração trata de tornar inócuo.

Boa parte dos jogadores que estarão em campo domingo depende do clássico para saber como será o seu 2012. Verificar o tempo de casa dos dois elencos é um bom ponto de partida para entender por que Coritiba e Atlético ocupam zonas extremas da tabela.

A base coxa-branca está aí desde 2009. Vanderlei, Jéci, Marcos Aurélio e Leandro Donizete estavam em campo no desabamento para a Série B. Ganharam a companhia de Rafinha, Léo Gago e Leo­­nar­do na reabilitação do ano passado. E todos tiveram o reforço fun­­damental de Emerson, Jonas e Davi para fazer de 2011 talvez o me­­lhor ano da história coxa-branca.

Dos titulares mais frequentes, apenas Tcheco tem contrato vencendo este ano e não há muita dúvida de que ele só deixa o Coxa se quiser. O laço entre clube e elenco se solidificou e é evidente a noção entre os jogadores de que qualquer conquista coletiva ou individual pode ser desfrutada dentro do próprio Coritiba.

No Atlético, houve um momento do Brasileiro em que era possível escalar o time titular somente com atletas emprestados. Gente que, o Atlético caindo ou sendo campeão brasileiro, teria a opção de seguir seu rumo livremente a partir de janeiro. O cenário, hoje, é diferente. Do provável time em campo no Atletiba, somente Wendel, Mar­­celo Oliveira e Fabrício têm contrato até dezembro deste ano. Para os demais, o calendário do Atlético será o mesmo que eles, em princípio, terão de cumprir em 2012.

Um vínculo tardio, que não foi capaz de estabelecer na Baixada um laço tão forte quanto o existente no Alto da Glória. Isso ficou muito claro em Uberlândia. Qualquer espectador mais desavisado juraria que o rebaixado em campo era o Atlético, e o América, o time que jogava para depender apenas de si na última rodada.

O efeito na torcida foi imediato. Nas redes sociais, o desejo de de­­monstrar o amor ao Atlético tem se manifestado com mais força do que a fé na permanência. O torcedor rubro-negro já avisou que vai fazer valer o seu contrato eterno com o clube, exatamente como a maior parte da torcida alviverde (não aquele bando que provocou o quebra-quebra do 6 de dezembro) fez em 2009. Torcedor de verdade está com o seu time em qualquer situação. E o time que in­­corporar melhor esse espírito estará mais perto da alegria do que da tristeza – seja no domingo, seja em 2012.

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