Em alguma coluna do ano passado, defendi que o Paraná deveria negociar uma de suas sedes para impulsionar uma virada na sua complicada situação financeira. O raciocínio era simples: a venda forneceria fundos para quitar as dívidas, talvez deixasse algum troco para futuros investimentos e eliminaria estruturas onerosas como, em regra, são sedes de clubes sociais em um mundo repleto de condomínios com piscina, academia, quadras esportivas e tudo mais.
Na semana passada, foi anunciada a venda da sede do Tarumã. Venda em leilão, o que deixa claro que não estava nos planos da diretoria a ideia de que, muitas vezes, menos (sedes) significa mais (saúde financeira). Mesmo o caminho não sendo o melhor, o Paraná tem uma oportunidade única para retomar seu fôlego financeiro. A dívida estimada do clube é de R$ 35 milhões. O lance inicial para o leilão, R$ 45 milhões. Façam as contas. Dá para zerar o débito e ter um dinheiro para organizar a casa. Uma casa mais barata, com uma sede a menos para manter.
Claro, não é certeza de que vá funcionar. Depende da habilidade da diretoria para quitar as dívidas por um bom preço a notícia de dinheiro em caixa sempre faz credores perderem a boa vontade em negociar valores e, principalmente, administrar corretamente o clube daqui por diante. Vigorosa ao apontar com razão o dedo para as gestões anteriores quando o assunto é a origem da dívida, a atual diretoria paranista precisará mostrar que aprendeu mesmo com os erros do passado ao promover o crescimento de um clube potencialmente saneado.
Perder uma sede sempre é complicado. À primeira vista, indica fraqueza, deixa o torcedor envergonhado. Porém, em um organismo comprometido, extirpar "tumores" é o único caminho para um futuro saudável. Na dificuldade que é aceitar o encolhimento de patrimônio, o Paraná deve ver uma oportunidade de crescer.
Título
Ainda está para ser inventado algo que satisfaça mais um torcedor do que ver seu time ganhar título. Pouco importa se é amistoso ou o naipe dos adversários. O atleticano, então, tem todo o direito de comemorar o título da Marbella Cup. Deve, ainda, comemorar a presença de um novo titular indispensável, Éverton, cujo encaixe no time foi imediato e perfeito. Não dá para conceber o Atlético de 2013 sem Éverton. Também não dá para imaginar um Atlético forte sem reforços. E quando falo em reforços, obviamente não me refiro a Diego Ivo.
Líder da vez
O J. Malucelli lidera o Paranaense porque é o time de futebol mais consistente do campeonato. Joga pra frente, com três atacantes, entre eles Potita, uma das raras boas novidades do Estadual. Pena o Jota não ter torcida. Pena o Jota existir apenas como balcão de negócio. Quando um time assim chega à liderança, mesmo com mérito, o futebol perde.
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