O Paraná Clube entrou em uma espécie de máquina do tempo. Foi (boa) no­­tícia na imprensa dos mais variados lugares e atraiu os olhares de todos para a Vila Capa­­ne­­ma. Entre os torcedores, o sentimento de orgulho é comparável ao da época em que o Tricolor man­­dava no futebol do estado. Processo desencadeado pelo anún­­cio de Ricardinho como técnico. Algo curioso por se tratar do craque do pentacampeonato es­­tadual, em 1997.

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A comoção é potencializada pe­­la penúria paranista. Depois de anos com tanta gente dilapidando o patrimônio do clube com colher de chá, aparecer alguém declaradamente torcedor disposto a dar – e receber – algo pelo Paraná é uma esperança. Sim, trata-se de uma troca. Nenhum outro clube toparia contratar Ricardinho co­­mo treinador em um dia, sendo que até a véspera ele jogava. Mas o nome do multicampeão em­­pres­­tará ao Paraná uma credibilidade que há tempos não existe, tanto para captar reforços como para atrair investimentos. Sim, Ricardinho é ferramenta de mar­­keting – e, tratando-se de Paraná, das boas.

Orgulho é bom para unir a torcida. Marketing é fundamental para fazer dinheiro. Mas isso não servirá para nada se não houver resultado. Na apresentação, on­­tem à tarde, Ricardinho de­­mons­trou ter plena consciência disso. Falou da necessidade de jogar campeonatos para ganhar, não apenas para participar. Em um momento em que se fala tanto das maravilhas do futebol moderno e do ódio a ele, tudo continua se re­­sumindo a bola na rede.

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Contrapartida

Ricardinho pediu a união da torci­­da em torno do Paraná. Falou diretamente com o torcedor de arquibancada, que há anos não umedece os fundilhos no concreto da Vi­­la, e com o torcedor-empresário que nunca mais fez um cheque ao portador destinado ao Pa­­raná Clu­­be. O discurso é válido, mas discor­do. A atual diretoria pa­­ranista é do grupo que afundou o clube. En­­tão, antes de cobrar do torcedor, melhor dar alguma es­­pe­­ran­ça concreta, que precisa ser mais do que contratar um antigo ídolo para ser treinador. Injusto? Des­­culpem-me, mas é o preço compatível com o buraco em que essa gente enfiou o Tricolor.

Vai rolar

Sim, tem bola rolando no fim de semana, com o início do Para­­na­­en­se. O Coritiba é o grande favorito. Manteve boa parte do time que passeou em 2011 e re­­pôs quase todas as posições em que hou­­ve perda – a exceção é a za­­ga. O Atlético entra aos retalhos. O elenco rebaixado foi parcialmente diluído e nenhum reforço chegou.

O primeiro turno será de correção de rota em pleno voo. No interior, Londrina, Cianorte, Ara­­pon­­gas, Corin­­thians Paranaense e Ro­­ma fizeram bons planejamentos e longas pré-temporadas. Largam em vantagem sobre os outros pe­­quenos e em condições de incomodar a dupla Atletiba.

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