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Há dois caminhos para analisar a nova Arena da Baixada.

Um é o da emoção. O atleticano que já se encantava com o modelo 1999 do estádio certamente se sentiu em um sonho ao pisar na casa padrão Fifa. A grandiosidade, o conforto, a proximidade do campo, tudo transporta o torcedor para uma arena europeia de alto padrão. A arquibancada colada no gramado e o formato de caixa que amplifica qualquer grito farão do Atlético um time dificílimo de ser batido como mandante – e exigirão de seus jogadores dedicação dobrada. Para os não atleticanos que forem ao estádio, será inevitável querer um igual com as cores do seu time.

O outro é o da razão. Ainda há muito o que ser feito para uma Copa que está logo ali na esquina. Tanto dentro, nos acabamentos das áreas mais visíveis ao público e em áreas "invisíveis" ainda bem cruas. E principalmente fora, onde circular pelas calçadas (calçadas?) exige bota sete léguas contra o barro e um cajado para não perder o equilíbrio. O mesmo pensamento racional que faz lembrar incessantemente que há, ali, dinheiro público. Seja o federal, em forma de financiamento, que deve retornar até o último centavo. Seja o estadual e o municipal, usados para pagar a conta. E pouco importa se essa conta é menor que a dos outros.

O grande dilema é lidar com esses dois sentimentos. Não é justo a razão embrutecer o sentimento de estar diante de um estádio raro no Brasil. Também não é certo essa emoção engolir a cobrança por fiscalização, transparência e correção nos pagamentos que ainda nem começaram e sobre os quais nem há certeza de exatamente quanto cada um pagará. Como adoram dizer os professores dos gramados, é preciso equilíbrio.

Deslinkado

Dever dinheiro a jogador não é raro no futebol brasileiro. Longe disso. Raro é encontrar um dirigente de clube que encare essa situação de frente. Alguns até fazem no começo, até cair o verniz e voltar a velha ladainha de que só se fala dos problemas, só se fala de jogador entrando na Justiça, só se fala de projetos ambiciosos que não deram certo, "sempre do nosso clube, nunca dos outros". Uma inversão de causa e consequência, em que se reclama da divulgação do fato ao invés de atacar sua origem. Quando quem tem as contas sobre a mesa toma esse caminho, é porque foi perdido totalmente o link com a realidade. Aí, o buraco ao invés de diminuir, só aumenta.

Padrão Roth

Celso Roth é um dos defensores do equilíbrio nas equipes que comanda, algo que o Coritiba ainda não atingiu. A defesa passa, mas enquanto não houver alguém entre a frente da zaga e a proximidade do gol inimigo que faça a bola chegar redonda a Alex e nem um homem de ataque realmente capaz de fazer gol, o Coritiba terá uma vida de muitos empates, algumas derrotas e poucas vitórias no Brasileiro.

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