Mesmo com a queda decretada, torcida atleticana comemora na Arena| Foto: Antonio Costa/ Gazeta do Povo

O maior Atletiba da história terminou da maneira mais curitibana possível. As duas torcidas saindo do estádio com um sorriso amarelo no rosto, comemorando a desgraça alheia como um consolo pobre por não ter conseguido o próprio sucesso. Foi, sim, o maior Atletiba da história. Por tudo o que valia, por toda a expectativa criada ao longo da semana e por ser um retrato perfeito do nosso futebol e do nosso povo.

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No cenário nacional, o futebol paranaense é feito de rebaixamentos e quase-glórias salpicados por alguns momentos de brilho – os dois títulos de Primeira Divisão, o vice-campeonato da Libertadores e algumas poucas boas campanhas. Basta olhar para o desempenho dos clubes do estado na fase pontos corridos do Brasileirão: um vice-campeonato com o Atlético, uma classificação à Libertadores com o Coritiba, outra com o Paraná e, agora, quatro rebaixamentos.

É importante que, a partir de hoje, quando a poeira do clássico baixar, os dois lados tenham a consciência de que simplesmente rir da desgraça alheia não levará o futebol paranaense a lugar algum.

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O Coritiba fez um grande ano, acima de qualquer expectativa criada em janeiro, mas falhou em dois dos três momentos decisivos do ano. Falhou na final da Copa do Brasil e no jogo que poderia levá-lo à Libertadores. Marcelo Oliveira escalou mal, jogadores importantes se omitiram. Problemas que precisam ser analisados e atacados com seriedade. E não me refiro a demissões ou dispensas, mas a ajustes na condução e formação do time. Fazer com que a briga por título nacional ou classificação à Libertadores seja uma rotina, não uma exceção.

Do lado do Atlético, o rebaixamento vinha sendo amadurecido há cinco anos. Desde 2006 o clube passa pelo menos parte do Brasileiro lutando para não cair. Em 2008 e 2009, escapou por milagre. Ano passado, conseguiu sair do pé da tabela para uma quase classificação para a Libertadores. Acreditou na es­­parrela de que podia errar à vontade no começo, que quando pre­­cisasse, sairia do sufoco. Alguma hora daria errado. Caiu este ano, mas não pode ignorar que a queda foi resultado de um longo processo de encolhimento.

Agora, na Segunda Divisão, contará com a união da torcida que sempre acompanha os grandes clubes rebaixados e uma estrutura capaz de colocá-lo, de imediato, como favorito a estar na Série A já em 2013. Precisa de gestão inteligente para cumprir essa projeção e, principalmente, voltar com a mesma força apresentada no início da década passada.

Em 2012, o estado terá, pela segunda vez em três anos, apenas um clube na Série A. É o sintoma mais claro de como o futebol paranaense está encolhendo. E de como os torcedores e os dirigentes não podem mais se contentar apenas em rir da cerca quebrada do vizinho.

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