Brasil x Espanha, só se fala nisso. E não é de agora. Bem antes do início da Copa das Confederações os oráculos de plantão anunciavam a grande decisão do torneio entre os anfitriões e os campeões mundiais. E os mais específicos espanhóis, principalmente cravando um passeio da Espanha na final.
Mas quem garante essa final? Se fosse tão automático assim nem necessidade haveria de se realizar um torneio dessa envergadura. A história do futebol prega que nem sempre o favoritismo se consagra em campo e os uruguaios estão aí, a toda hora a lembrar disso. "Vai ser um novo Maracanaço" provocam a cada véspera de confronto entre Brasil e Uruguai.
Como agora, por exemplo. A conquista do título mundial no Rio de Janeiro está na conversa de todos os vizinhos de baixo, mesmo que o confronto entre as partes penda completamente para o Brasil nos episódios mais recentes. Talvez o mais expressivo deles tenha sido aquela virada de 1970, na semifinal da Copa do tricampeonato. Mas houve ainda uma importante conquista de Copa América e a vitória (de Romário) que livrou o caminho para o Mundial dos EUA, de onde viria o quarto título verde-amarelo.
A seleção brasileira faz uma boa campanha nesta Copa das Confederações. A sequência de treinamentos permite melhor sentido coletivo e os resultados estão melhorando a cada partida. Mas isso não a faz favorita contra os uruguaios. Pelo menos não favoritíssima. Mas o apoio da torcida e a boa técnica de alguns de nossos jogadores poderão sim pesar a nosso favor. Virtudes que podem se sobrepor aos defeitos ainda exibidos, principalmente pela falta de criatividade no meio de campo, que tem forçado a ligação direta entre defesa e ataque a todo instante.
E tem o "fator Felipão", sempre importante. A exemplo do que ocorreu antes da conquista do título mundial de 2002, o técnico Luiz Felipe Scolari uniu o grupo, que passa a todo instante e a cada comemoração uma perfeita noção do ótimo ambiente que hoje sustenta as jornadas da seleção brasileira.