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A base é a solução – apre­­goam aqueles en­­tusiasmados pelo fu­­tebol exibido pelo Bar­­celona. E os números insistentemente divulgados pela mídia reforçam os argumentos: do time que deu show na final do Mundial, contra o Santos, apenas os dois laterais não foram formados na casa.

E assim, como num passe de mágica, vários clubes brasileiros mergulham de cabeça na no­­va (?) filosofia, apostando todas as fichas disponíveis na promoção dos jogadores forjados em suas próprias divisões internas. Como se ali, não mais que de repente, estivessem es­­condidos alguns protótipos de Messi, Iniesta & cia.

Não estão e nem estarão. O investimento na formação de atletas é alto e não traz resultados de um dia para o outro. O próprio Barcelona serve de exemplo para os mais atentos. A estrutura para selecionar e abrigar talentos ainda brutos funciona há mais de 30 anos e somente de uns tempos para cá começou realmente a surtir efeito, depois de alguns aprimoramentos advindos de ob­­servações e correções de rumo. E, mesmo assim, a promoção de seus novos valores não se deu de uma só lufada e veio, sim, aos poucos, preenchendo com parcimônia e cautela as brechas abertas pelas saídas de algumas das grandes estrelas internacionais que passaram pelo clube.

Por aqui, as experiências re­­centes com a promoção de jo­­vens promissores trouxeram resultados mínimos. Nem mesmo aqueles que se destacaram em nossas seleções de base conseguiram repetir em seus clubes o mesmo desempenho. E não é necessário pesquisar muito a fundo para se chegar a um diagnóstico: precipitação. Com raríssimas exceções esses meninos não estão preparados para carregar a diferença de responsabilidade entre uma equipe sazonal, formada apenas para determinada competição e reunindo outros jovens como ele, e um time profissional que sofre pressão direta da torcida desde o anúncio da escalação pelo alto-falante do estádio.

E assim, por causa desse ím­­peto de dirigentes e treinadores, não foram poucos os jo­­ga­­do­­res de bom potencial queimados por não poderem corresponder de imediato aos anseios de seus torcedores. Entraram para re­­sol­­ver e não para compor o grupo e se tornaram alvos fáceis e frágeis das críticas e das queixas. Porque, afinal de contas, ainda não estavam preparados para carregar tamanho fardo.

Daqui alguns dias começa o Campeonato Paranaense, pu­­xando a temporada 2012 de nossos clubes. Exceto pelo Coritiba, que tem a base estruturada (e até ficou devendo a promoção de alguns de seus meninos na última temporada), o que é sinalizado pelos demais clubes é o aproveitamento da mão de obra local. E aí, naqueles dirigidos por empresários, basicamente com a visão de produzir para vender, gastando pouco e ganhando um pouco mais do que o pouco. Mas daí já seria outra conversa, para qualquer dia desses.

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