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Falta de comando. Foi o que se detectou como causa principal da péssima campanha do Atlético nesta temporada. Reconheci­­mento do próprio presidente Marcos Malucelli, que agora de­­cidiu assumir ele mesmo a boleia para levar o futebol do clube adiante, tentando um desvio de rota para tirar do caminho do rebaixamento.

Em temporadas passadas o Atlético também namorou o perigo. Prova que o atual estado de coisas não é privilégio da gestão atual, pois também seus an­­tecessores – que hoje tripudiam o presente caos – tiveram enormes dificuldades em manter a vaga na Primeira Divisão do futebol brasileiro. E na última ocasião foram salvos justamente pela direta participação de Malucelli à frente do futebol.

Talvez tenha sido essa a diferença. Comando. Mario Celso Petraglia, por exemplo, tinha comando. Foi assim que teve de­­cisiva contribuição para a valorização do patrimônio do clube e papel destacado nas conquistas do futebol. Só não se deu bem ao afastar colaboradores importantes para tentar lidar diretamente com isso, pois, positivamente, de futebol ele não entende – conforme ele mesmo reconheceu.

Quando chamou Malucelli para pôr as coisas em ordem no futebol do clube, permitiu a última das guinadas para a permanência na elite, graças à importante e decisiva ação de seu delegado. A diferença é: quem é o Malucelli do Malucelli? O próprio, pela ausência de outras opções de soluções imediatas. Por desgosto ou desânimo alguns colaboradores im­­portantes se afastaram no início da temporada e a recente tentativa com Alfredo Ibiapina marcou mais pelo frisson na partida contra o Palmeiras do que pelo todo de um trabalho que não se completou.

O que pega é o curtíssimo prazo para qualquer intervenção. Restam apenas 13 rodadas e nessas, em casa ou fora, o Atlético precisa somar pelo menos 20 pontos. Ou seja: sete vitórias ou seis vitórias e dois empates, contra adversários perigosos, embalados e a maioria de melhor nível técnico. Quase o mesmo do que já conquistou até o momento, no dobro de jogos realizados.

Converso sobre isso e meu interlocutor – um atleticano desanimado e a essa altura irremediavelmente pessimista – me diz já admitir ser melhor cair para voltar mais forte no ano que vem. Concordo que um chá de Segunda Divisão pode até fazer bem, mas melhor ainda é poder não passar pelo risco e batalhar até o último fôlego para se livrar do mal. Embora todos os sintomas indiquem tratar-se de situação praticamente irreversível e que nem a intervenção direta do presidente na rotina do futebol será capaz de resolver.

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