Que jogo! Quando se diz ser o Atletiba uma partida diferente, personal, única em seus valores, jamais é de se duvidar. Tantos foram os clássicos especiais no histórico do confronto entre Coritiba e Atlético que o de ontem foi apenas mais um componente nessa sinfonia que o futebol paranaense nos oferece.

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E que componente!

A avassaladora vantagem coxa até perto do fim do primeiro tempo prenunciava um resultado histórico, daqueles de sacudir todas as estruturas do adversário, do presidente ao massagista. E já havia quem gastasse de momento o estoque de fogos para comemorar o título do primeiro turno.

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Certo que o Coritiba dava as cartas com tranquilidade para chegar ao natural à vantagem de três gols. Aturdidos, os zagueiros rubro-negros apenas assistiam à bola chegar à rede, sem qualquer reação. Até Nieto entrar em cena e provar a boa fase que vive. Em dois minutos de tempo corrido (último do primeiro e primeiro do segundo tempo) fez dois gols e devolveu o acirramento à disputa em campo – e foi a vez de os beques coxas pararem para assistir.

Mas dali em diante as coisas voltaram ao normal, conduzindo o Coxa ao justo título do primeiro turno, com uma semana de antecipação. Foi o prêmio para quem melhor soube investir na montagem da equipe, com pontuais contratações e uma administração segura e dinâmica no departamento de futebol.

E o Atlético, que vinha se recuperando sob a nova (e interina) direção técnica, não conseguiu sequer se manter na segunda colocação, garbosamente comemorada pelo pessoal do Operário, que ontem venceu o Iraty, de virada.

Aí quando Manoel e Guerrón trocaram o futebol pela intimidação física, não havia mais futebol a se oferecer pelo lado do Atlético. Se não fosse por duas ótimas defesas do goleiro Sílvio, o estrago poderia ser maior.

A diferença técnica prevaleceu no balanço final. E o troféu oferecido pela RPC pelo título do primeiro turno não poderia ter ficado em melhores mãos.

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No descaminho

Continua a triste sina do Paraná. E nem o gramado horrível do estádio de Arapongas serve como lenitivo para tanta angústia da torcida tricolor (até quase ajudou, desviando uma bola contra o rosto do goleiro do Arapongas).

Não que o time não tenha pegada, nada disso. Até que o técnico interino Ageu Gonçalves consegue transmitir gana a seus jogadores. Mas nem só de vontade vive o futebol e quando há necessidade de técnica as carências são flagrantes.

Os números preocupam. Quatro pontos atrás do penúltimo já garantem a última colocação no primeiro turno, ainda com uma rodada por realizar. E sete pontos longe do antepenúltimo exigem muita matemática para projetar uma ótima campanha de returno (praticamente disputando a ponta) objetivando fugir da ameaça de rebaixamento.

E aí é que bate o desânimo.

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