E a semana se arrasta para aumentar a angústia de quem aguarda o domingo que decide o futuro. Atlético e Coritiba tiveram tudo na mão, mas, incompetentes (cada um à sua maneira), deixaram sobrar para a última rodada do Campeonato Brasileiro as definições. Um para assegurar vaga na Libertadores. Outro, para sobreviver na Primeira Divisão nacional.
Ambos têm um ponto em comum: o enrosco no Criciúma. Cada qual à sua maneira, mas o ponto crucial de toda essa agonia está justamente no nosso vizinho catarinense, que teve duas vitórias seguidas contra nossos clubes. Contra o Atlético primeiro, na aposta que provou-se errada da comissão técnica. O time jogou sem cinco titulares, entre poupados e suspensos, e perdeu a partida em Criciúma.
Pior fez o Coxa, na rodada seguinte, perdendo em casa, de virada, para os catarinenses, que fizeram seis pontos consecutivos, respiraram e estão bem perto de escapar da zona de rebaixamento. Com três pontos a mais, o Atlético seria segundo colocado, já classificado para a Libertadores. Com um que fosse, já teria a vaga no torneio continental. Com três a mais, o Coritiba praticamente passearia na última rodada em vez de se preparar para o inferno que terá de superar no domingo.
Bem, são apenas reflexões que a nada levam, pois a realidade é outra e nossas equipes precisam encarar. Para o Atlético, aparentemente, não seria tão difícil assim, por jogar em casa precisando pelo menos de um empate contra um dos últimos colocados. Mas o problema já começa nessa "casa", pois lambança de seus torcedores afastou o time da torcida (e aqueles, brigões, continuam indo, seja onde for o jogo), que, por mais que desça a serra em bom número, não terá em Joinville a mesma força que representaria a energia da arquibancada na Vila Capanema.
E em campo a equipe já não mais tem rendido o mesmo de tempos atrás. Dá até a impressão de que o agosto dos demais clubes, o da queda de rendimento pelo excesso de jogos, chegou agora aos rubro-negros. Em péssima hora. Qual foi a última grande exibição desse pessoal? Há algumas semanas, contra o São Paulo, na Vila.
De seu lado, o Coritiba precisa fazer o que não foi regra durante todo o campeonato: vencer fora de casa. Foi apenas uma vitória, contra o Grêmio, nada mais. E não terá Deivid, que, se não é uma maravilha, costuma resolver as coisas lá na frente. O São Paulo, adversário de domingo, está de sangue doce, a jogar sem preocupações.
Alguém aqui pode me lembrar que também dá para passar sem a vitória. Mas aí seria sofrimento demais, tendo de torcer por resultados iguais de Fluminense e Vasco, os concorrentes diretos à degola.