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Veja como são as coisas. No ano passado, embaladíssimo na Copa do Brasil e com um time que era a sensação nacional, o Coritiba não poupou seus titulares contra o Atlético Goianiense na abertura do Campeonato Brasileiro. E perdeu o jogo, pela descontração dos jogadores, ligados na semifinal do mata-mata nacional.

E ontem, contra o mesmo adversário e na mesma situação (agora entre as semifinais da Copa do Brasil), entrou com um time reserva, fez laboratório e venceu sem dificuldades por um folgado 3 a 0. Folgado no placar, pois bem que o goleiro Vanderlei andou fazendo das suas, defendendo pelo menos três bolas muito difíceis.

Aquela derrota do ano passado é chorada até hoje, pois aqueles três ponto podem ter sido os que faltaram para garantia de classificação na Copa Libertadores da América. Ontem os pontos foram conquistados, desanuviaram o clima tenso de cobranças e levantaram o astral para a decisão da vaga contra o São Paulo, depois de amanhã.

E a partida ainda serviu para reapresentar Rafinha completamente recuperado – ele que pediu para não jogar no Morumbi por ainda não estar se sentindo bem – e pronto para voltar a ser titular se o técnico Marcelo Oliveira assim desejar. Além dele, Chico foi muito bem (embora não possa jogar na quarta), Junior Urso correu o campo todo, Tcheco ditou o ritmo do time e Marcel se mexeu lá na frente, merecendo o gol que fez. Quem parece não ter mesmo jeito é Renan Oliveira: chegou com muito cartaz, perdeu vaga entre os titulares e ontem, quando entrou, parecia não fazer nenhuma questão de mostrar serviço.

O Coritiba venceu, comemorou, somou pontos, mas, no fundo do fundo, o pensamento de todos está nesse jogo de volta contra os tricolores. Com esperanças realimentadas, principalmente pelo equilíbrio que se viu na primeira partida.

Sem alma

Sem medo de errar: foi a pior apresentação do Atlético dos últimos tempos. Da temporada, com certeza, mas minha memória não ajudou a encontrar outro jogo tão ruim no passado recente.

Alguns fatores devem ser considerados, como a nova mudança de endereço, a transformação tática proposta pelo novo treinador, o pouco interesse da diretoria pelas coisas do futebol... Mas nada justifica uma atuação tão sem graça quanto essa de sábado, contra o Goiás.

O time é fraco, o grupo é fraco. E sem a ousadia (às vezes inconsequente) de Juan Carrasco, o Atlético tornou-se muito mais do que comum. Tornou-se igual aos outros, sem o diferencial de uma jogada ofensiva que invariavelmente surpreendia os adversários – e que, segundo ele mesmo, foi abortada pelos cartolas, forçando sua demissão.

O Atlético precisa bem mais do que voltar a jogar futebol. Precisa recuperar sentimentos, mexer com a alma, pois é isso que vem faltando para superar as deficiências técnicas. Mas isso desde cima até o campo, do dirigente insensível aos jogadores apáticos.

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