Será Vagner Mancini o cara? É sonho antigo do Atlético, que tem como linha de ação contratar treinadores ainda por crescerem na profissão.
Para a torcida, pela reação captada nas redes sociais, ficou um misto de incerteza e frustração. Sim, porque o torcedor, no fundo do fundo, quer ver no banco um daqueles monstros sagrados do futebol nacional, que possa, por si só, chamar a atenção da opinião pública e do respeito do adversário. E que, cá entre nós, já anda um tanto fora de moda por aqui (Muricy Ramalho e Vanderlei Luxemburgo, dos desempregados, se enquadrariam nessa categoria).
E aí seria de se perguntar se valeria a pena investir pesado em profissionais de alto custo, como Dorival Júnior e Celso Roth, divulgados como nomes preferenciais na lista de busca do clube e que não custam menos de R$ 300 mil mensais. Seriam mesmo ou foi apenas interpretação da mídia, com base na informação de Antônio Lopes, diretor de futebol atleticano, de que o foco era um técnico top?
Não é da política do clube tal ação. Acertadamente, também concordo, pois o que se aplica na contratação de um treinador desse quilate poderia muito bem ser direcionado para jogadores de ponta. E aí vem a quebra, pois no Atlético não acontece e tem sido suficiente manter times apenas razoáveis com um giro muito alto de contratações a cada temporada.
Mancini, evidentemente, não se enquadra nesse perfil top anunciado pelo diretor rubro-negro. Mas foi um achado um bom achado, é possível dizer. É um trabalhador e deixou boa impressão por onde passou. Tirando aquele título comandando o Paulista na Copa do Brasil, sua carreira não tem lá tanto brilho, embora algumas conquistas pontuais e boas campanhas (ainda que curtas, passageiras) em alguns clubes de ponta do país. A mais expressiva de todas me parece ser a de levar o Ceará à semifinal da Copa do Brasil de 2011 (eliminado na dureza pelo Coritiba).
A questão é saber que condições de trabalho Mancini vai encontrar no Atlético. Ricardo Drubscky, por exemplo, seu antecessor, sujeitou-se ao capricho da diretoria de ignorar o Estadual e passou meses sem poder testar e entrosar efetivamente o grupo que tinha à mão com bons sparrings à disposição. Meses perdidos por birra de cartola e como não conseguiu ajeitar a equipe nas poucas partidas oficiais do Campeonato Brasileiro (que estão, finalmente servindo para tal propósito), foi dispensado.
O que mais se espera dele é que possa ser o condutor da retomada do futebol, do jogo jogado, do melhor aproveitamento das inúmeras individualidades postas à disposição do comando técnico. E que o Atlético possa, finalmente, estrear na temporada 2013.
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