Um Coritiba diferente em campo na quente noite de Fortaleza. Não foi o time vibrante no ataque como na recordista campanha desse início de temporada. Bem que tentou, criando algumas boas chances no primeiro tempo. Mas, quando sentiu a disposição do Ceará, tomou uma dose de prudência, pisou no freio e deixou a bola rolar, esperando atrás o que pudesse vir a acontecer lá na frente.
Mas o empate fora de casa não é de se jogar fora. Mesmo que o 0 a 0 seja, dos empates, o pior de todos, pois não oferece nenhuma versão de empate para a partida de volta. Agora, quarta-feira que vem, no Alto da Glória, o Coxa precisa vencer para chegar à final dessa Copa do Brasil. E saber vencer em casa é um dos principais atributos dessa equipe com 100% de aproveitamento nas partidas em que é anfitriã.
Um estádio na medida
Ainda faltam alguns detalhes do acabamento, um ajuste no setor de acomodação da imprensa; mas, no geral, o Estádio Presidente Vargas está cheirando a tinta. Novíssimo, reinaugurado em abril e com capacidade de público razoável para a realidade de hoje do futebol brasileiro: até 21 mil torcedores comodamente sentados.
Passei por lá no começo da tarde de ontem, observando os preparativos técnicos para a transmissão que a RPC TV fez da partida da noite, entre Ceará e Coritiba. Fiquei muito bem impressionado com o que vi.
Foram R$ 48 milhões muito bem aplicados pela prefeitura de Fortaleza, proprietária da praça pública. Sem exageros, sem superfaturamentos, sem estouro no orçamento. E a cidade ganhou um estádio praticamente novo, embora a reforma tenha sido criteriosa na preservação da fachada e de outros itens históricos da construção original, que completa 70 anos em 2011. Lembra muito a Arena do Jacaré, de Sete Lagoas, onde os mineiros mandam os jogos enquanto o Mineirão é reformado para a Copa do Mundo.
Aqui, em Fortaleza, também haverá jogos do Mundial de 2014 e o PV (como é intimamente tratado pelos cearenses) será um estádio auxiliar, campo de treinamento para as seleções que forem se apresentar no Estádio Plácido Castelo, o Castelão, que pertence ao governo estadual e está sendo reformado para a Copa.
E aí, comparando a obra praticamente pronta e já entregue à torcida com o que aparece no noticiário esportivo sobre problemas de prazo, orçamento e gestão das obras dos demais estádios do país, dá para refletir sobre as tantas bobagens que serão consumadas em nome de algumas absurdas exigências da Fifa.
O Maracanã extrapolou seu orçamento em mais de 30%, pulando de R$ 600 mil para mais de R$ 900 mil. Está com as obras atrasadas, como é o caso de praticamente todos os demais (o Mané Garrincha, em Brasília, insiste em não cair). Sem contar as exigências cada vez mais radicais e específicas, como as que rotineiramente são apresentadas ao Atlético, que acrescem os custos ao projeto de finalização da Baixada.
E assim teremos toda uma nova geração de elefantes brancos no palco do futebol brasileiro.