Palavra que pensei em não escrever nada. Não tenho mais assunto, sinceramente. Os argumentos de hoje podem ser os mesmos do fim de semana, da semana passada, de um mês atrás. Cansa escrever somente sobre derrotas, ainda mais quando se percebe que pouco se faz para resolver – ou o que se faz não é suficiente.

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O Paraná Clube comemorou o empate com o Avaí em casa – o que certamente seria lamentado tempos atrás. E ontem Coritiba e Atlético perderam. O Coritiba, vá lá, para o Cruzeiro, líder incontestável, e ainda com direito a reclamar de um pênalti nos instantes finais do jogo.

O Atlético, de seu lado, entregou-se à Chapecoense, por absoluta falta de material humano para conseguir mais. O quê dizer disso tudo?

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O desafio

O futebol vive o impasse entre aceitar ou não os recursos eletrônicos. Aceitar formalmente, quero dizer, pois não há quem tire de minha cabeça que os replays da TV já não estejam influenciando decisões por gramados do mundo a fora.

E não tão de hoje, pois aquela expulsão do Zidane, na Copa da Alemanha, em 2006, foi das mais estranhas. Não se lembra? O árbitro não havia marcado nada. Aí a TV mostra o que aconteceu: uma cabeçada do ídolo francês no zagueiro italiano. E enquanto Materazzi era atendido, a paralisação da partida foi suficiente para as informações das imagens correrem. Tanto que dali a pouco o cartão vermelho foi apresentado para Zidane.

Foi a primeira possível intervenção direta dos recursos externos numa partida. Antes disso, na Copa de 94, o italiano Tassotti acertou uma cotovelada no espanhol Luis Enrique e o árbitro não viu. Depois de exibida a imagem na TV a Fifa decidiu suspender Tassotti por oito partidas. Mas só depois, sem interferência direta do jogo.

Mais recentemente vários casos deixaram no ar a suspeita de que alguém de fora poderia estar interferindo na decisão de alguns lances de dentro de campo. São faltas marcadas dentro da área e daí puxadas para fora ou assinaladas fora e transferidas para pênaltis. Ou toques de mão não percebidos numa primeira vez e assinalados dali a pouco, invalidando gols que já estavam confirmados.

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E assim, com esses argumentos, não há mais como sustentar a tese de que o futebol é bom justamente por não permitir a interferência externa na decisão do árbitro. Melhor mesmo seria admitir essa possibilidade e regulamentá-la, para que a tecnologia pudesse ser utilizada para o bem. Como no tênis e no voleibol, com direito a dois tira-teimas (ou desafios) por tempo de jogo ou algo assim.

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