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Futebol pragmático? Futebol de resultados? Futebol-força? Como a imprensa é sempre ávida por rótulos e definições, qual dessas poderá melhor se encaixar no que ontem apresentou a seleção para passar pelo Uruguai e atingir a final da Copa das Confederações? Só sei que me fez lembrar em muito a Copa de 1994, quando não tínhamos um primor de time, alguns poucos craques e por filosofia a equipe priorizava o conjunto, à espera de um ou outro lance que pudesse definir o placar a seu favor.

A partida foi irritante até em determinados momentos. A rigor, encontramos dois gols. Porque o Uruguai marcava demais, oferecia a posse de bola estéril, sem permitir a aproximação da grande área e deixava o tempo correr, como se estivesse programado para explorar um possível melhor preparo físico na prorrogação. Com cinco minutos de jogo já estava ensebando na cobrança de arremessos laterais.

Isso depois de terem perdido um pênalti que poderia ter mudado toda a história. Pênalti bobo, diga-se, daqueles que ocorrem pelo menos quatro ou cinco em cada partida e que poucos árbitros anotam. David Luiz agarrou e jogou Lugano no chão antes de a bola chegar a ele na cobrança do escanteio. Pênalti. Júlio César, que conhecia Forlán dos tempos em que foram companheiros na Internazionale, acertou o canto e defendeu.

E se a torcida cresceu na arquibancada, a seleção nem tanto em campo. Estava travada e por isso tentava se encontrar em bolas longas. Numa delas, talento no lançamento de Paulinho, no toque sutil de Neymar e na finalização eficaz (de canela também vale) de Fred.

Como essa vantagem durou pouco mais de cinco minutos, não foi possível aos brasileiros estabelecerem o ritmo de jogo desejado. O rápido empate uruguaio devolveu o cenário anterior e o aperto continuou. Foi preciso Paulinho aparecer de novo para fazer de cabeça e fechar o marcador.

A final vem aí, mas o problema da seleção continua o mesmo: falta um articulador no meio de campo, função que Oscar não vem mais fazendo, forçando a ocupação desses espaços por outros jogadores de trás, que – exceto Paulinho – não têm os mesmos predicados.

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