O futebol se joga na bola rolando e as Copas do Mundo estão aí para exemplificar. A derrota de ontem, da Espanha, foi apenas o exemplo mais recente. A história dos Mundiais mostra a queda de alguns favoritos destacados, de boca, ante adversários teoricamente mais frágeis. Alguns em finais, como Brasil (50), Hungria (54) ou Holanda (74). Outros pelo caminho, como o Brasil (82) ou a Colômbia (94). E tem ainda os que nem sequer passaram da primeira fase, como a campeã França em 2002 (a poderosa Argentina, também na mesma Copa), o campeão Brasil (66) e agora a campeã Espanha, que estava, sim, entre os favoritos.

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Que ninguém venha me dizer que não incluía a Fúria entre os melhores. Nem a elástica derrota para o Brasil na final da Copa das Confederações-2013 apagou o brilho desse time que até então ganhara tudo nos anos mais recentes.

Só que a Espanha de agora não era mais aquela – foi o que esses dois primeiros jogos do Mundial nos mostraram. Estava envelhecida, assumidamente envelhecida. E as jogadas que tanto encantaram o mundo já não mais funcionavam. O que se imaginava ter sido momento episódico, pontual, na goleada sofrida contra a Holanda, tornou-se concreto ontem, na justa derrota para o Chile, que veio para a Copa com o melhor time que o país já produziu.

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Na semana passada tive uma boa conversa com estudantes no Papo Universitário (promovido aqui pela Gazeta). E alertava para as armadilhas desta Copa, tentando conter um pouco o entusiasmo daqueles que imaginavam uma estrada de rosas para os brasileiros. Com Espanha e Holanda no outro grupo, difícil pensar assim – dizia eu. E acrescentava: interessante será torcer para o Chile surpreender e ficar com uma das vagas, pois eles sempre foram nossos "fregueses" em Mundiais.

Pelo que vi nos dois primeiros jogos dos chilenos estou reconsiderando e já começo a achar mais interessante encarar a Holanda – que ontem sofreu um bocado contra a Austrália, mostrando que não apenas para a seleção brasileira as coisas estão mais difíceis do que se imaginava. Mas, seja como for, com a vitória de ontem da Croácia, o empate com Camarões classifica o Brasil. Para ser o primeiro do grupo, basta vencer bem. Mas, cá entre nós, ser primeiro ou segundo à essa altura parece não fazer diferença.

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