Deixe de ser respondão – era o que minha mãe sempre me dizia quando eu, menino teimoso e bocudo, insistia em ter a última palavra. O adulto falava, eu retrucava. Vinha uma reprimenda e saía o troco em comportamento nada condizente com uma criança educada. E assim a coisa se estendia por mais um tempo. Felizmente meus pais conseguiram me domar e tais infantilidades não mais se repetiram.

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Difícil é quando esse comportamento envolve adultos, a princípio bem resolvidos. Caso específico dos dirigentes do Paraná, que insistem em fomentar um assunto que jamais deveria ter se tornado público e que por conta de uma antiética inconfidência chegou ao conhecimento de todos. Em nota oficial, o que torna a situação ainda mais grave do que se partisse de uma conversa informal ou algo assim.

Começou com aquela primeira publicação, dizendo não ter ocorrido o acordo com o Atlético por conta de desencontros financeiros. E que essas tratativas envolviam apenas o campeonato estadual, pois, segundo a nota, "já havia um acerto entre Atlético e Coritiba para utilizar o Alto da Glória no campeonato brasileiro". Se a informação terminasse na primeira parte, tudo bem. Poderia ir até um pouco mais além, caso houvesse mesmo o que parece ter sido um desejo de jogar alguma pimenta no ar: o Atlético já tem outros planos para o campeonato brasileiro, ponto. Sem divulgar possível conteúdo de conversas reservadas que podem ou não terem ocorrido.

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Seria o mesmo que nós dois, meu caro leitor, nos reuníssemos para divulgar um comunicado sobre o que faria o nosso vizinho nos próximos dias, como se tudo tivéssemos a ver com a vida dele.

Coritiba e Atlético desmentiram veementemente e o assunto parecia encerrado. Mas, não. Os paranistas voltaram com outra nota, alegando não ter o presidente atleticano sustentado o que lhes havia dito em reunião fechada, reabrindo a desnecessária polêmica, como se o futebol fosse uma extensão daqueles programas de fofocas do rádio ou da televisão.

E aí não cabe saber quem disse o quê ou não disse. Os dirigentes do Paraná Clube meteram os pés pelas mãos e cada vez mais se afundam num assunto que nem deveria ter sido iniciado, quanto mais realimentado com tanta veemência.

Cansado da vida

O presidente licenciado do Co­­rinthians mandou ver: "o Adria­no não tem solução". Ao contrário da bem sucedida aposta em Ronaldo, com o Im­­perador o clube não conseguiu retorno algum.

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Pelo contrário, está pagando bem caro para tê-lo no grupo há um ano, sem qualquer perspectiva de melhora.

Está na índole das pessoas. Faz tempo que Adriano quer largar tudo. Desde que abandonou a Internazionale para voltar ao subúrbio do Rio de Janeiro, longe da pressão que é a rotina diária de treinos e jogos. Já ganhou muito, nem sabe direito quanto tem em conta. E aí fica difícil administrar.

Difícil fica mesmo para quem está pagando a conta. O Corin­­thians, no caso.