Nas nuvens

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O torcedor do Paraná está se beliscando o tempo todo. Por mais otimista que fosse, não imaginaria poder retornar à primeira divisão estadual com goleada e, premiado por isso, com a liderança na classificação do campeonato. E com todos os méritos e todas as emoções. Como a de um pênalti defendido (esse goleiro Luís Carlos é muito bom) nos instantes finais da partida, que, se convertido em gol, poderia ter tirado a primeira colocação.

Vitória categórica de uma equipe que, embora ainda em formação e com muito a se lapidar, passa em campo o resultado de um trabalho sério e transparente que vem sendo feito fora dele. O placar de 4x0 não foi circunstancial. Foi apenas consequência de uma volta por cima que já vinha sendo preconizada. Também de sua parte, o Londrina mostrou que não está para brincadeiras. Vencer o Toledo em casa já seria de se esperar, pelo favoritismo natural de mandante. Mas com essa folga de se considerar.

Devendo

Em Ponta Grossa, bem que a torcida esperava mais de Operário x Coritiba. Todos esperavam mais – foi o que pude sentir daqueles com quem conversei na saída do estádio. Primeiro pelo lado do Operário, que vem se preparando há um bom tempo, com jogadores experientes, rodados, e anunciava ambições maiores a temporada.

No mínimo uma disputa direta pela vaga que sempre sobra para a Copa do Brasil. E o jogo de ontem seria uma boa chance, contra um adversário sem o time titular. Mas não foi o que se viu e o goleiro Vanderlei, a rigor, só teve mesmo de se empenhar em uma bola, no chute de longa distância de Edmar, no primeiro tempo. No segundo, Thiago até que limpou bem um lance de área, mas mandou longe.

Também do Coritiba se esperava mais, mesmo contando com todas as justificativas de utilização de uma equipe, digamos, reserva. Há atenuantes a se considerar, a começar pela precoce lesão do atacante Rafhael Lucas, que vinha sendo o principal destaque da equipe na fase de preparação. Sem ele perdeu-se a jogada mais aguda e a finalização ficou comprometida.

Ainda assim as melhores oportunidades foram coxas, a começar pelo pênalti desperdiçado por Ruidiaz, que deu dois passinhos para trás e soltou um traque para o goleiro Sílvio defender. Teve outro lance, no segundo tempo, quando Eltinho foi bem ao fundo e, ao cruzar bateu como se fosse um tiro de meta.

Destaques? Rone Dias, pelo Operário. Habilidoso, rápido, o cara das bolas paradas. No Coritiba, Djair sobrou. Voltou diferente do empréstimo para o Joinville. Agora é um volante que também sai e foi quem sofreu o pênalti, além de proporcionar outras boas bolas de ataque.

O resultado não foi bom para ninguém, embora tenha sido justo. Como boa também não foi a largada do Atlético, também com reservas, empatando em casa com um Rio Branco que para esse ano promete surpreender.