Fosse outra a posição do Atlético e qualquer resultado que viesse hoje, do Maracanã, seria lucro. Mas não se aplica ao time que está entre os primeiros, tentando manter a boa campanha de ponta neste Campeonato Brasileiro.
A derrota no compromisso anterior, para o líder Cruzeiro, não parece ter abalado o ritmo de jogo da equipe, que deu certo e se estabilizou após os primeiros dias de trabalho do técnico Vagner Mancini. Em Minas, o time cometeu o pecado de se retrair, situação ao qual não estava acostumado. Quando recuperou o poder de articulação ao ataque, no segundo tempo, equilibrou as ações e até ameaçou chegar ao gol de empate contra o líder da competição, que não está de graça na ponta de cima da tabela.
São nove pontos de diferença para o adversário desta noite, embora se trate do Flamengo, o time mais popular do Brasil e o mais conhecido lá fora do país. Que tem uma história de glórias muito bonita, mas que hoje não atravessa seus melhores momentos, a ponto de viver uma gangorra entre posições mais ou menos próximas da zona do rebaixamento.
Mancini, matreiro, alerta para os perigos que representa o Rubro-Negro carioca no estádio mais popular do mundo. Realmente o Maracanã tem muita importância nas conquistas do Flamengo, mas não a ponto de fazer diferença quando em confronto com um oponente de qualidade.
Que pode ser o Atlético de hoje, mesmo na frustração de não poder ter confirmado o retorno de Paulo Baier, ausência sentida na primeira derrota da fase do novo treinador. Baier é o articulador da equipe, o talento responsável pela alimentação das jogadas de ataque (o outro seria Elias, que já foi embora) e que faz a diferença em campo. Sem ele três volantes foram utilizados contra o Cruzeiro, porque defender era a prioridade.
Contra o Flamengo, talvez Felipe seja melhor opção, por ser mais ofensivo. Para manter o foco da boa campanha que realiza, o Atlético precisa vencer a partida de hoje. Objetivo de time grande, de se pensar grande.
Enrosco
Desta vez, o Coritiba merecia mais. Se não jogou nada contra o Bahia, na partida de ontem à noite, no Alto da Glória, foi mais time do que o Goiás, forçou mais o ataque e se viu protagonista do mesmo resultado de domingo passado, um triste 2 a 2 e mais dois pontos desperdiçados em casa.
Certo que esse Coxa de ontem nada tem a ver com aquele sonhado e desejado pela torcida, pelo treinador e pelos cartolas do clube. Jânio, Dudu e Abner até que foram bem, mas talvez nem fosse ainda a hora deles, salvadores de uma pátria desfalcada de seus principais guerreiros.
Foram incríveis três bolas na trave, mas a música já explicou que "bola na trave não muda o placar". E a torcida coxa amargou mais um capítulo de sofrimento em casa.