Poderia até ter sido mais fá­­cil. A rigor, o Cruzeiro não apresentou nada de mais contundente a não ser o lance do gol (na indecisão entre o goleiro Vanderlei e a zaga coxa). O Coritiba saiu ao natural na frente, confirmando o favoritismo de quem jogava em casa e vinha de boa campanha ascendente.

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Quando saiu o primeiro gol, a expectativa de uma reação mineira não se confirmou e o Coxa continuou tranquilo, chegando ao segundo e aí, inexplicavelmente, entregando o controle do jogo ao adversário. Amigo meu diria ser um time que gosta de grandes emoções. O Cruzeiro cresceu, mas não tinha força suficiente para impor nada mais que o gol solitário do placar.

O Coritiba se aproxima dos primeiros e já pode, sim, começar a fazer planos para encostar na turma de cima, revigorando o alvo de Libertadores.

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O Atlético perdeu na Bahia e pelo que vem de lá, o goleiro Renan Rocha foi o personagem do jogo. Normal, nada mais a esperar.

O torcedor profissional

Eles estão tomando conta. Cada vez mais se expõem e tentam fazer valer seus pensamentos e pontos de vista. Na marra, na pressão, na violência se for preciso. Já vem de algum tempo que os torcedores passaram dos limites no relacionamento com os profissionais de seus clubes, dirigentes, comissão técnica ou jogadores.

O exemplo da semana está nos destemperados torcedores do Corinthians, a pressionar pela saída do técnico Tite. Domingo passado, após a virada do Santos, alguns já se manifestaram na porta do vestiário e, não satisfeitos, alguns estiveram no treino do clube, antes do clássico de ontem à noite, contra o São Paulo.

Quem acompanha ao longe, distraído, pode imaginar passar o time paulista por momentos de profunda crise técnica, ameaça de rebaixamento e coisas assim. Mas não. Todo esse forrobodó deve-se ao fato de o time ter perdido a liderança do campeonato, depois de uma campanha impecável e de uma largada espetacular. Tantos outros torcedores dariam tudo para ver seu time na zona da Libertadores, e enquanto isso a torcida profissional do Corinthians ultrapassa os limites do protesto.

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Torcedores profissionais, sim, pois não são poucos os que vivem disso em qualquer um dos clubes médios e grandes do país. E na grande maioria das vezes são subsidiados pelo próprio clube, como vã tentativa de se manter um controle sobre a turba. Impossível, sabe-se disso, mas a vaidade dos cartolas faz com que cada vez mais esses parasitas se desenvolvam às custas do clube. Direta ou indiretamente, na comercialização de produtos que garantem um polpudo rendimento mensal.

E aí, quando o torcedor co­­mum quer tomar lugar na arquibancada, sente que ali não é bem sua praia, pois nem sempre é para torcer que aquele pessoal se faz presente. Infeliz­­mente eles estão tomando conta.